Uso da palavra "genocídio" alimenta debate no Ocidente

Procuradora geral ucraniana Iryna Venediktova junto a corpos exumados em Bucha
Procuradora geral ucraniana Iryna Venediktova junto a corpos exumados em Bucha Direitos de autor AP Photo/Efrem Lukatsky
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Maioria dos líderes ocidentais prefere evitar termo usado por Joe Biden para definir atuação russa na Ucrânia. Peritos dizem que é bastante difícil de provar

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Em Bucha, na Ucrânia, uma equipa de investigadores franceses participa nos esforços para analizar os alegados crimes de guerra atribuídos às tropas russas.

Se, por um lado, há cada vez mais consenso em que, de facto, foram cometidos crimes de guerra no território ucraniano, por outro o uso da palavra "genocídio" é tudo menos consensual.

Usado pela primeira vez esta semana pelo presidente norte-americano para classificar a invasão russa, o termo é evitado pela maioria dos líderes ocidentais.

Emmanuel Macron, presidente francês:"A palavra genocídio tem um significado e, hoje em dia, precisa de ser qualificada por juristas e não por políticos."

Gissou Nia, advogada especializada em Direitos Humanos do Atlantic Council:"O crime de genocídio é muito difícil de provar, porque é preciso provar uma intenção específica. Quando Joe Biden disse que um genocídio está a ser cometido na Ucrânia, penso que essas palavras têm bastante força como declaração política e refletem certamente os relatos preocupantes que chegam da Ucrânia. Mas não acredito que tenha sido feito com base numa determinação oficial do governo dos Estados Unidos."

O Tribunal Penal Internacional, que está a investigar as acusações de crimes de guerra, mantém uma posição cautelosa.

Karim Khan, procurador do TPI:"Como já disse quando apresentei documentos ao tribunal a 2 de março, há motivos razoáveis para acreditar que foram cometidos crimes no âmbito da jurisdição do tribunal."

Os primeiros relatos de atrocidades deram a volta ao mundo após a retirada das tropas russas dos arredores de Kiev. 

O governo ucraniano acredita que, à medida que outros territórios forem libertados, surgirão provas de novos crimes. 

A Rússia acusa a justiça internacional de parcialidade e a Ucrânia de encenar os assassinatos de civis.

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