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Serra da Estrela perde 10% de Parque Natural em incêndio

Bombeiro combate as chamas em Manteigas, no Parque Natural da Serra da Estrela
Bombeiro combate as chamas em Manteigas, no Parque Natural da Serra da Estrela Direitos de autor  PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP or licensors
Direitos de autor PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP or licensors
De Euronews com LUSA
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Incêndio que deflagrou na Covilhã, este sábado, mobiliza atualmente mais de mil operacionais para combater no terreno frentes ativas em cinco concelhos.

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Às portas da Serra da Estrela o som das sirenes dos bombeiros e dos helicópteros denunciam a urgência de entrar para salvar o que der. As chamas que desde sábado consomem o Parque Nacional devoraram já um décimo deste património natural português que integra a rede Geopark da UNESCO e estendem-se atualmente a cinco concelhos do centro do país.

O incêndio que deflagrou na Covilhã, tem agora frentes ativas também em Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira. No total, são cerca de 12 mil hectares reduzidos a cinzas numa área de terreno acidentado onde as encostas das montanhas castigadas pela seca ardem agora alimentadas pelo vento.

Com mais de mil operacionais no terreno a tentar controlar o fogo, ainda é cedo para fazer contas às perdas. O saldo a meio desta quinta-feira, revelou a Proteção Civil, era de 11 feridos ligeiros e 26 pessoas deslocadas.

Biodiversidade pode sofrer "perdas irreversíveis"

José Conde, biólogo do Centro Interpretação da Serra da Estrela, alertou, em declarações à agência Lusa, para os "danos enormes" que foram já provocados na biodiversidade local, onde se temem "perdas irreparáveis" entre as espécies autóctones e para o ecossistema.

Ressalvando que a avaliação no terreno ainda não foi feita, o especialista realçou que, face à extensão do incêndio, “todos os grupos de fauna e flora terão uma perda verdadeiramente severa”.

Pela área afetada, o processo de luto “será muito longo e penoso” e a recuperação lenta, alertando que “algumas perdas poderão ser mesmo irreparáveis porque altera-se o equilíbrio do ecossistema”.

“Houve vários habitats de maior importância ecológica que foram afetados, em particular, bosques de azinheiras, bosques de castanheiros, algumas áreas de carvalhais e ainda áreas de mato, nomeadamente caldoneirais”, formações arbustivas raras no país dominadas pela planta caldoneira, que são um habitat importante para várias comunidades de insetos, répteis e aves, frisou.

Para além da importância destes habitats para a conservação da flora, há "a lamentar uma perda correspondente ao nível da fauna, que é muito significativa, em particular algumas espécies mais raras, com distribuição mais local”, salientou.

De acordo com o biólogo, répteis como a víbora cornuda, o sardão, ou espécies de grilos e escaravelhos que apenas existem na Serra da Estrela, assim como pequenos carnívoros como as fuinhas e as ginetas terão sido afetados.

A fatura, ainda por apurar, permite já uma conclusão: “Estamos a falar de impactos transversais a todos os ecossistemas terrestres”.

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