Há, no entanto, um país da União Europeia que até viu reforçado o fornecimento gás russo esta semana
Rússia suspendeu o fornecimento de gás natural para a Europa através do gasoduto Nord Stream até sábado. A paragem foi anunciada com antecedência, mas não deixa de ser preocupante para muitos países europeus a tentar armazenar o máximo possível para o inverno.
Em França, antes da invasão da Ucrânia, o gás russo representava cerca de 17% das importações. Agora, o país procura diversificar as fontes de abastecimento.
"O aumento dos preços dos combustíveis ou o risco real de uma escassez de gás mostra-nos que defender os nossos valores apoiando o povo ucraniano tem um preço. Dizer isto significa não brincar com os nossos medos, [...] significa ser transparente sobre o que temos de enfrentar juntos," declarou a primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne.
Mas nem todos os países da União Europeia (UE) estão a sofrer cortes no abastecimento gás. Na sequência de uma visita do ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto, a Moscovo, em Julho, a Gazprom forneceu à Hungria um volume adicional de 2,6 milhões de metros cúbicos, por dia, em Agosto.
Agora "foi alcançado um acordo" com a Gazprom para o fornecimento adicional de 5,8 milhões de metros cúbicos, por dia, a partir de 1 de Setembro.
"Este aumento do volume de fornecimento de gás também contribuirá para a segurança energética da Hungria e ajudará a evitar a necessidade de introduzir restrições devido à escassez de gás," afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto.
A comissária europeia da Energia, Kadri Simson, disse, esta quarta-feira, que o bloco dos 27 países já tinha alcançado o objetivo de armazenamento de gás a 80% da capacidade, antes dos meses de Inverno. Mas pode não ser suficiente. Entretanto, os preços elevados e a escassez de energia estão a colocar pressão sobre os países europeus alinhados contra a Rússia.
A Casa Branca voltou a lembrar a possibilidade dos Estados Unidos serem uma fonte alternativa de fornecimento de gás natural para a Europa.
"Penso que vale a pena relembrar que o Presidente Putin, mais uma vez, está a usar a energia como arma. É por isso que o Presidente Biden criou uma task force com a UE, em Março, para trabalhar sobre formas de aumentar asfontes alternativas de gás natural para a Europa, incluindo dos Estados Unidos, e para ajudar a reduzir a procura de energia russa por parte da Europa, devido ao aumento da eficiência e à utilização de energia limpa," considerou o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca, John Kirby.
De facto, a crise está a empurrar a Europa para a unidade e para as energias alternativas. Na terça-feira, o acordo das nações bálticas para aumentar em sete vezes a energia eólica offshore até 2030 é um bom exemplo disso.