O jornalista russo, Ivan Safronov, especialista em questões de defesa, foi condenado por um tribunal de Moscovo a 22 anos de prisão por "alta traição"
"Liberdade" e "Vania, amamos-te" foram os gritos ouvidos no tribunal, em Moscovo, quando foi proferida a sentença contra o jornalista russo, Ivan Safronov, especialista em questões militares.
Safronov estava acusado de alta traição e foi condenado a 22 anos de prisão. O jornalista rejeita a acusação e o advogado, Dmitriy Kachev, pede aos jornalistas que reflitam sobre o jornalismo na Rússia.
"Não posso chamar a esta sentença nada mais do que "inadequada". Palavras vulgarmente ditas como "ilegal" ou "injusto" não podem refletir todo o absurdo que aconteceu hoje e que todos nós testemunhámos. Ivan Safronov recebeu 22 anos - até agora - pelo seu trabalho jornalístico. Quero que cada um de vós [jornalistas russos], que está agora a olhar para mim, pense se vale a pena continuar com esta profissão - quando uma pessoa recebe 22 anos por ter feito o seu trabalho".
Ivan Safronov é acusado de transmitir a um perito russo-alemão de política, também detido na Rússia por "alta traição", informações sobre as operações militares em território sírio e, aos serviços de informação checos, elementos sobre a entrega de armas russas em África.
Safronov rejeita veementemente estas acusações.
O jornalista tinha anteriormente trabalhado para dois jornais nacionais russos, Vedomosti e Kommersant. Foi obrigado a demitir-se de Kommersant em 2019 e, em maio de 2020, tornou-se conselheiro do antigo chefe da agência espacial russa Roscosmos, Dmitry Rogozin.
O seu caso foi denunciado pelos seus antigos colegas como vingança pelos seus artigos sobre incidentes embaraçosos no exército russo.