Ministro britânico das Finanças reverte "quase todos" os cortes fiscais

Jeremy Hunt substituiu Kwasi Kwarteng na pasta das Finanças
Jeremy Hunt substituiu Kwasi Kwarteng na pasta das Finanças Direitos de autor Frank Augstein/Copyright 2019 The AP. All rights reserved
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Planos da primeira-ministra britânica, Liz Truss, foram anunciados há três semanas e deixaram os mercados financeiros à beira de um ataque de nervos. Provocaram a demissão de Kwasi Kwarteng, até então titular das Finanças, e a própria Truss enfrenta pedidos para se afastar

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Como afastar as nuvens negras que pairam sobre a economia britânica? Para o novo ministro das Finanças a receita é clara.

Jermy Hunt anunciou, esta terça-feira, que vai fazer marcha-atrás nos polémicos cortes de impostos apresentados pelo antecessor, Kwasi Kwarteng, e que deixaram os mercados financeiros à beira de um ataque de nervos.

"Vamos reverter quase todos os cortes dos impostos anunciados no plano de crescimento há três semanas atrás. Em segundo lugar, decidi que a taxa mínima de IRS vai manter-se nos 20% e assim continuará, de forma indefinida, até que as circunstâncias económicas permitam um corte", sublinhou Hunt, antigotitular dos Negócios Estrangeiros e da Saúde e duas vezes candidato, falhado, à chefia do Partido Conservador.

Hunt disse ainda que se estão a ultimar cortes na despesa pública para responder à inflação galopante. O ministro das Finanças acrescentou que o teto máximo para o preço da eletricidade, de forma a ajudar as famílias a suportar as faturas energéticas, será revisto em abril. Inicialmente previa-se que durasse dois anos.

A estratégia de Jeremy Hunt deita por terra os planos da primeira-ministra britânica para a economia crescer.

Liz Truss anunciou, a 23 de setembro, cortes fiscais avaliados em 45 mil milhões de libras. Mas acabou por dar um tiro no próprio pé, semeando o caos assim que se tornou conhecido o "mini-orçamento", provocando a desvalorização da libra esterlina e forçando o Banco de Inglaterra a agir de emergência.

O presidente dos EUA, Joe Biden, falou num "erro", num inesperado comentário sobre uma decisão de política doméstica de um dos principais aliados.

Mas este erro pode sair muito caro a Liz Truss. Há cada vez mais vozes dentro do Partido Conservador a exigir a demissão da primeira-ministra britânica e já há vários nomes que se perfilam para a sucessão.

Casos de Ben Wallace, o ministro da Defesa, de Penny Mordaunt, líder da Câmara dos Comuns, e Rishi Sunak, ex-ministro das Finanças. Foi derrotado pela atual primeira-ministra na última ronda das eleições internas dos conservadores, depois da demissão de Boris Johnson.

De acordo com a BBC, Jeremy Hunt é agora "o verdadeiro chefe do executivo." Até ao final deste mês deverá apresentar um plano fiscal de médio prazo.

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