União Europeia discute novas sanções ao Irão

Josep Borrell na reunião de chefes da diplomacia da UE
Josep Borrell na reunião de chefes da diplomacia da UE   -  Direitos de autor  Geert Vanden Wijngaert/AP
De  Ricardo Figueira

Fornecimento de armas à Rússia e repressão mortífera das manifestações contra o regime de Teerão estão na causa do endurecimento das medidas.

Há uma nova ronda de sanções europeias ao Irão que se prepara: a repressão das manifestações contra o regime teocrata de Teerão, a par do papel que o país está a ter na ajuda militar à Rússia na guerra da Ucrânia está a levar a União Europeia a voltar atrás na política que, até há pouco tempo, era de desanuviamento e de aproximação ao país.

Na reunião dos chefes da diplomacia dos 27, o Alto Representante da Política Externa da União Europeia, Josep Borrell, insistiu na ajuda que o Irão está a dar à Rússia: "Insistimos para que o Irão pare de fornecer à Rússia armas que são usadas para cometer atrocidades contra o povo ucraniano, o que é uma clara violação da resolução número 2231 do Conselho de Segurança da ONU", disse.

Em causa está, sobretudo, o fornecimento dos chamados "drones suicidas" que a Rússia tem usado nos últimos meses em vários ataques na Ucrânia.

Depois de um longo período de apaziguamento, que terminou com a assinatura do acordo sobre o nuclear iraniano, as relações entre a União Europeia e o Irão voltam a azedar, também devido à repressão das manifestações. Desde que começaram os protestos, no seguimento da morte de Mahsa Hamini há dois meses, 326 pessoas foram mortas, segundo a ONG Human Rights Watch, e mais de 2000 enfrentam julgamentos que podem levar à aplicação da pena de morte.

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