O chanceler alemão, Olaf Scholz, criticou a repressão dos protestos pela morte de Mahsa Amini. União Europeia está a preparar novas sanções contra líderes do regime teocrático.
No oeste do Irão, Saqez está em greve. Foi nesta cidade curda que há 22 anos nasceu Mahsa Amini, morta a 16 de setembro, sob a custódia da polícia iraniana da moralidade, por não usar de forma alegadamente apropriada o véu islâmico que lhe cobria a cabeça.
O assassinato da jovem espoletou uma onda des protestos no país e a repressão não se fez esperar. De acordo com a Iran Human Rights, uma ONG com sede em Oslo, em menos de dois meses, as forças de segurança iranianas já mataram pelo menos 326 pessoas.
Bruxelas diz estar atenta a Teerão e promete novas sanções.
De acordo com Olaf Scholz, que criticou ferozmente o governo iraniano, as medidas tomadas visam "todos os responsáveis por esta violência contra o seu próprio povo". O chanceler alemão garante ainda que "outras sanções deverão ser acrescentadas na próxima semana", com o objetivo de "aumentar a pressão sobre o Guarda Revolucionária iraniana e a liderança política" e que estão a ser recolhidas provas "para que os infratores possam ser levados à justiça".
Já esta sexta-feira, o governo britânico acusou o Irão de estar a fazer ameaças de morte a jornalistas residentes no Reino Unido e convocou uma reunião com o representante da diplomacia iraniana.
Desde os meses caóticos que se seguiram à Revolução Islâmica de 1979, o regime teocrático iraniano não era desafiado de forma tão consistente, como tem sido com os protestos pela morte de Mahsa Amini, que proliferam no Irão e um pouco por todo o mundo.