Javaid Rehman quer que se investiguem violações de direitos humanos no país, onde várias pessoas morreram desde o início da vaga de protestos precipitada pelo caso de Mahsa Amini
Os protestos no Irão voltaram a ganhar força. Na cidade de Mahabad, no oeste do país, centenas de jovens saíram às ruas depois da morte de um homem curdo pelas forças de segurança na quarta-feira.
O cenário repete-se em outras cidades, com repressão crescente, o que levou o relator das Nações Unidas para os Direitos Humanos no Irão a pedir que se crie um mecanismo internacional para investigar violações e que lhe seja permitida a entrada no país.
"Recebemos vários relatórios sobre várias meninas e mulheres e crianças que foram mortas pelas autoridades estatais. Temos um número de pelo menos 27 crianças que foram mortas pelas autoridades desde que estes protestos começaram. E o número geral é de um mínimo de 250 pessoas que foram mortas pelo estado desde que a vaga destes protestos começou a 16 de setembro", sublinhou Javaid Rehman, relator especial da ONU para os Direitos Humanos no Irão.
O regime de Teerão atribui as manifestações a ingerência estrangeira.
Os protestos têm como pano de fundo a morte de Mahsa Amini.
A jovem curda de 22 anos foi detida e agredida pela "polícia da moral" por alegado uso indevido do véu islâmico, deixando parte do cabelo à mostra.