A batalha dos três imperadores

O campo de batalha perto da cidade morávia de Slavkov, na Chéquia, voltou a ganhar vida com as cores dos uniformes militares de três impérios - de França, da Rússia, e da Áustria, após dois anos de interregno, devido às restrições impostas para combater a pandemia da Covid-19.
Cerca de mil entusiastas de História, de 14 países, honraram a memória dos caídos na Batalha dos Três Imperadores, que marcou o rumo da Europa.
Este ano, não participaram russos devido a questões de vistos.
"O exército russo está representado, como sempre, mas apenas os fãs da Chéquia, Áustria e Polónia estão a usar os uniformes históricos russos, pelo que não há qualquer alteração", afirma um dos responsáveis pela organização, Miroslav Jandora.
Há 217 anos, cerca de 60.000 militares franceses chegaram a este local e entraram em pânico perante os 90.000 efetivos dos exércitos russo e austríaco.
Foi a vitória mais valiosa de Napoleão Bonaparte pois marcou o fim do Sacro Império Romano na Europa.
Para os entusiastas, a reconstituição da Batalha dos Três Imperadores, em Austerlitz, não é uma celebração da guerra. Pelo contrário, é uma recordação do sofrimento, do sacrifício e hoje uma condenação da guerra na Ucrânia.
O ator Mark Schneider, que encarna Napoleão, diz: "A guerra é uma coisa horrível. Foi horrível em 1805, quando Napoleão lutou aqui contra os russos e os austríacos, é horrível agora na Ucrânia com os russos a lutar contra os ucranianos. Penso que podemos aprender com o passado, como a guerra é horrível, e esperar que no futuro não tenhamos de ver mais guerra".
Em Austerlitz, 18.000 soldados morreram durante a batalha que durou 9 horas. Mais de 4.000 ficaram feridos.