Guerra, inflação e instabilidade financeira dominam as reuniões do FMI e Banco Mundial

Vista da cidade de Bakhmut, na Ucrânia, destruída por 13 meses de combates intensos
Vista da cidade de Bakhmut, na Ucrânia, destruída por 13 meses de combates intensos   -  Direitos de autor  AP Photo/Libkos
De  Maria Barradas  com Agências

Os encontro da primavera entre o Banco Mundial e o FMI são marcados pela tensão geopolítica, o combate à inflação e a instabilidade financeira

As reuniões de primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) decorrem esta semana com preocupações sobre a elevada inflação, a crescente tensão geopolítica e a estabilidade financeira.

Uma dessas tensões é a guerra na Ucrânia - a diretora do FMI, Kristalina Georgieva, disse antes do encontro que a guerra sem sentido poderia ser travada com apenas uma decisão do país que a iniciou e que precisa de o ser.

"Esta guerra tem distraído a atenção do mundo de muitos outros problemas prementes. Esta guerra não mata apenas pessoas, está a fazer subir os preços dos alimentos. (...) Está a criar mais tensões geopolíticas, esmagando a capacidade do mundo para trabalhar como um só. "

Esta guerra tem distraído a atenção do mundo de muitos outros problemas prementes. Esta guerra não mata apenas pessoas, está a fazer subir os preços dos alimentos. (...) Está a criar mais tensões geopolíticas, esmagando a capacidade do mundo para trabalhar como um só.
Kristalina Georgieva
Diretora do Fundo Monetário Internacional

Georgieva referiu que o combate à inflação se tornou "mais complexo com as recentes pressões do setor bancário nos Estados Unidos e na Suíça" e frisou que "subsistem preocupações sobre vulnerabilidades que podem estar ocultas, não só nos bancos mas também nos não-bancos" e que "agora não é altura para complacências".

Do lado fiscal, a diretora do FMI defende que "novos esforços para reduzir os défices orçamentais são críticos para apoiar a luta contra a inflação e criar espaço fiscal para lidar com crises futuras. Mas estes esforços devem ser associados ao apoio aos mais vulneráveis, especialmente aos que ainda lutam com a crise do custo de vida".

É preciso lutar em três frentes: combater a inflação, proteger a estabilidade financeira, e salvaguardar a coesão social.

Na frente de guerra na Ucrânia, os residentes de Kherson limpam os escombros de mais bombardeamentos. Mesmo o museu de arte local não foi poupado.

O diretor adjunto do museu, Ihor Rusal, comenta: "Este é o segundo ataque. Ainda não fomos atingidos diretamente. Sim, está perto. Eles estão a atingir-nos com estilhaços. Estão a destruir-nos. Não há lógica aqui. Não há lógica para destruir tudo".

O chefe nomeado pelo Kremlin para a região de Donetsk, Denis Pushilin, divulgou imagens da sua visita à periferia da cidade de Bakhmut. O vídeo mostra blocos de apartamentos em ruínas na cidade e outros edifícios fortemente danificados. 

Bakhmut, está há 13 meses debaixo de fogo, com ambos os lados a reivindicarem o controlo da cidade.

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