Tensão diplomática entre Ucrânia e Geórgia. Zelenskyy acusa Tiblíssi de responder a Moscovo. Tiblíssi fala em "ingerência direta" em assuntos internos
A situação de Mikheil Saakashvili está a cria tensão entre Tiblíssi e Kiev.
Volodimir Zelenskyy acusava a Rússia de estar a usar as autoridades georgianas para matar o antigo chefe de Estado, que é "cidadão ucraniano" e tinha dado instruções ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para convocar o embaixador da Geórgia na Ucrânia e solicitar a sua partida para Tiblíssi, em 48 horas, para averiguar o seu estado de saúde do antigo presidente georgiano.
Em comunicado, o ministério dos Negócios Estrangeiros da Geórgia afirmava que a iniciativa das autoridades ucranianas prejudica "gravemente as relações estratégicas entre os dois países" e acusava Kiev de "ingerência direta" nos assuntos internos de um "Estado soberano".
Saakashvili, que tem cidadania ucraniana, é alvo de várias acusações na Geórgia e foi detido na capital do país em outubro de 2021, quando regressava da Ucrânia. Após uma longa greve de fome, o seu estado de saúde deteriorou-se.
O antigo presidente recorreu ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos para obter uma medida provisória de transferência para o estrangeiro para tratamento. O pedido foi rejeitado, mas a análise do caso continua, em Estrasburgo.
Saúde de Saakashvili deteriora-se
Saakashvili apareceu gravemente debilitado, segunda-feira, durante uma audiência, por vídeoconferência, perante um tribunal que está a analisar um novo processo de abuso de poder, que recai sobre si.
O antigo chefe de Estado e os seus apoiantes garantem que ele foi envenenado, já depois de ter sido detido. Pesa agora cerca de 60 quilos, metade do que pesava quando foi preso.