O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reiterou a sua posição de manter a presença israelita ao longo do corredor de Filadélfia, enquanto milhares de pessoas protestavam contra o facto de o Governo não ter conseguido chegar a um acordo sobre os reféns.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou na segunda-feira que vai continuar a insistir na presença israelita ao longo do Corredor de Filadélfia.
Este corredor é uma faixa de 14 quilómetros na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito que está sob ocupação militar israelita e tem sido um dos principais pontos de discussão nas recentes negociações de cessar-fogo.
O Hamas exige a retirada total das tropas israelitas de Gaza, mas Netanyahu afirma que o controlo do corredor por parte de Israel é vital para garantir que o grupo militante não possa rearmar-se através dos túneis.
“É o que determina todo o nosso futuro”, afirmou Netanyahu na conferência de imprensa, descrevendo o Corredor de Filadélfia como o "oxigénio e o armamento do Hamas."
Das últimas conversações para um cessar-fogo este voltou a ser um ponto crucial, com o Hamas a declarar que libertaria os reféns em troca do fim da guerra, da retirada total das forças israelitas de Gaza e da libertação de um certo número de prisioneiros palestinianos.
Estes critérios foram amplamente delineados num acordo de cessar-fogo proposto pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em julho.
O Hamas acusou Israel de prolongar as negociações ao fazer novas exigências, incluindo o controlo israelita duradouro do Corredor de Filadélfia e um segundo corredor que atravesse Gaza.
A urgência de chegar a um acordo de cessar-fogo aumentou depois de terem sido encontrados os corpos de seis reféns num túnel subterrâneo em Gaza.
Os peritos forenses israelitas afirmam que os reféns foram baleados e morreram apenas alguns dias antes de serem encontrados pelas tropas israelitas.
Milhares de israelitas protestam contra Netanyahu
Na segunda-feira, dia 2 de setembro, milhares de israelitas saíram às ruas de Telavive, pelo segundo dia consecutivo, em sinal de pesar e raiva, depois de terem sido encontrados mais seis reféns mortos em Gaza.
Muitos culpam Netanyahu e acreditam que os reféns poderiam ter sido devolvidos vivos num acordo com o Hamas.
Três dos seis reféns encontrados deveriam ter sido libertados na primeira fase de uma proposta de cessar-fogo discutida em julho.
Na conferência de imprensa de segunda-feira, Netanyahu disse que telefonou a algumas das famílias dos reféns e pediu-lhes perdão por não os ter trazido para casa. “Estivemos perto, mas não conseguimos”, afirmou.
O presidente dos EUA, Joe Biden, aumentou a pressão sobre o primeiro-ministro israelita e criticou-o por não estar a fazer o suficiente, no entanto, continua a afirmar que estão perto de chegar a um acordo final de cessar-fogo.
Netanyahu declarou que a guerra em Gaza não terminará enquanto o Hamas não for completamente derrotado e deixar de deter o poder na região. “Para isso, é necessária uma vitória militar e também uma vitória política para destruir a sua governação”, afirmou.