A libertação ocorreu apenas algumas semanas após a ordem executiva do presidente dos EUA, Donald Trump, a 5 de setembro, que impôs novas "consequências para aqueles que detêm injustamente americanos no estrangeiro."
O governo talibã do Afeganistão libertou no domingo um cidadão americano que se encontrava detido numa prisão afegã há nove meses, depois de ter chegado a acordo com os enviados dos EUA sobre uma troca de prisioneiros no âmbito de um esforço para normalizar as relações.
O porta-voz adjunto do ministério dos Negócios Estrangeiros dos Talibãs, Zia Ahmad Takal, identificou o homem como Amir Amiri.
Uma fonte próxima, com conhecimento sobre o processo de libertação, disse que Amiri estava detido no Afeganistão desde dezembro do ano passado e acrescentou que estava a regressar aos EUA.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, congratulou-se com a libertação de Amiri, afirmando que assinalava a determinação da administração Trump em proteger os cidadãos americanos de detenções injustas em países estrangeiros.
A libertação ocorreu poucas semanas depois do presidente dos EUA, Donald Trump, ter adotado, a 5 de setembro, uma ordem executiva que impõe novas "consequências para aqueles que detêm injustamente americanos no estrangeiro."
"Embora isto represente um importante passo em frente, outros americanos continuam injustamente detidos no Afeganistão. O presidente Trump não descansará até que todos os nossos cidadãos em cativeiro estejam de volta a casa", pode ler-se.
O Qatar facilitou a libertação de Amiri como parte da parceria de segurança da nação do Golfo com Washington, que também garantiu a libertação de quatro outros americanos detidos pelos talibãs este ano.
Na semana passada, Doha também ajudou a garantir a libertação de um casal britânico que esteve preso durante meses sob acusações não reveladas.
Ahmad Habibi, irmão de Mahmood Habibi, cidadão americano detido pelos talibãs há mais de três anos, disse que ele e a sua família ficaram gratos com as notícias sobre Amiri e que continuam esperançados de que Mahmood também regresse a casa.
Mahmood Habibi, um empresário afegão-americano, trabalhava como empreiteiro para uma empresa de telecomunicações sediada em Cabul e desapareceu em 2022. O FBI e a família acreditam que Mahmood foi levado pelos talibãs, que já negaram a detenção.
"Estamos gratos porque os altos funcionários do Departamento de Estado e do Conselho de Segurança Nacional garantiram-nos repetidamente que qualquer acordo que façam com os talibãs será «tudo ou nada» e garantiram-nos explicitamente que não deixarão o meu irmão para trás", disse Ahmad Habibi.
Ainda não é claro o que o governo talibã receberá em troca da libertação dos cidadãos americanos, mas as necessidades do Afeganistão são muitas.
O país tem-se debatido com grandes crises financeiras, uma inflação galopante, uma elevada taxa de desemprego e uma crise de custo de vida terrível.
O dinheiro da ajuda internacional que fluiu para o Afeganistão após a invasão liderada pelos EUA em 2001 está a escassear, especialmente depois de um terramoto ter atingido a província de Kunar, no nordeste do país, a 31 de agosto, matando pelo menos 2 mil pessoas e destruindo milhares de casas.
O Afeganistão também continua a ser um foco para Trump, que disse recentemente que quer retomar a Base Aérea de Bagram, uma antiga instalação militar dos EUA, devido à sua importância estratégica.
"Se o Afeganistão não devolver a Base Aérea de Bagram àqueles que a construíram, os Estados Unidos da América, COISAS MÁS VÃO ACONTECER!!!" escreveu Trump num post no Truth Social.
No entanto, os talibãs rejeitaram a exigência de Trump, dizendo que a base está no seu solo e que lhes pertence, instando-o a adotar uma política de "realismo e racionalidade".