O Conselho de Segurança debateu os colonos israelitas, considerando-os uma "violação do direito internacional". O Coordenador do Processo de Paz no Médio Oriente diz que atividades dos colonatos aceleraram durante os últimos meses na Cisjordânia ocupada.
Na sessão aberta do Conselho de Segurança da ONU sobre "a situação no Médio Oriente, incluindo a questão palestiniana", os debates centraram-se em Gaza e na atividade de colonização israelita nos territórios ocupados.
Em causa estava o 'briefing' mensal do organismo, focado no relatório do secretário-geral sobre a implementação da Resolução 2334, de 2016, que apela ao fim das atividades de colonatos israelitas e exige o fim da incitação à violência.
O relatório foi apresentado pelo coordenador especial para o Processo de Paz no Médio Oriente, Ramiz Alakbarov que indicou que a "a atividade de colonização acelerou" no período entre 18 de junho e 19 de setembro, e que as autoridades israelitas promoveram ou aprovaram cerca de 20 810 novas unidades de colonização na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, tendo sido aprovado em 20 de agosto um plano para mais de 3 400 unidades habitacionais na zona E1.
"Os colonatos israelitas não têm validade jurídica e constituem uma violação flagrante do direito internacional e das resoluções internacionais. Estão a reduzir sistematicamente o território do Estado palestiniano e a consolidar ainda mais a ocupação ilegal de Israel", afirmou Ramiz Alakbarov, durante a sessão.
Além disso, as ações militares israelitas também se intensificaram em toda a Faixa de Gaza, com os ataques a atingirem estruturas civis como escolas e hospitais. Perante a ofensiva militar, aumentaram as vítimas no território e contínuo deslocamento em massa da população, segundo explicou Ramiz Alakbarov.
O observador permanente da Palestina na ONU, Riyad Mansour, denunciou que "a liderança israelita está a avançar para a segunda fase do genocídio na Cisjordânia, a eliminação do povo palestiniano, da nação, e está a afirmá-lo muito claramente sob o slogan NÃO à solução de dois Estados".
Entre os Estados a firmarem posição na sessão esteve a Grécia, que manifestou a sua profunda preocupação com as atividades de Israel numa altura em que está em curso um grande esforço para pôr termo à guerra.
A representante permanente da Grécia, Aglaia Balta, referiu que os desafios continuam a ser complicados.
"A recente expansão dos colonatos e a violência dos colonos na Cisjordânia, incluindo a violência contra as comunidades cristãs, são igualmente preocupantes e minam ainda mais as perspetivas de paz", afirmou Balta, apelando a uma paragem imediata e descrevendo os planos para novos colonatos na zona E1 como "particularmente preocupantes".
Aglaia Balta, membro do Conselho de Segurança da ONU, falou da situação humanitária "profundamente preocupante e insustentável" em Gaza, especialmente no que se refere às crianças, e sublinhou a "necessidade urgente de um acesso humanitário seguro, desimpedido e sustentado em grande escala".
A Grécia, membro do Conselho de Segurança e parceiro tradicional tanto de Israel como dos palestinianos, afirmou estar pronta a "contribuir ativamente para o trabalho coletivo que temos pela frente".