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Emmanuel Macron nomeará novo primeiro-ministro até sexta-feira à noite

O primeiro-ministro francês cessante, Sebastien Lecornu, faz uma declaração no Hotel Matignon, a residência do primeiro-ministro, quarta-feira, 8 de outubro de 2025.
O primeiro-ministro francês cessante, Sebastien Lecornu, faz uma declaração no Hotel Matignon, a residência do primeiro-ministro, quarta-feira, 8 de outubro de 2025. Direitos de autor  Stephanie Lecocq/AP
Direitos de autor Stephanie Lecocq/AP
De Sophia Khatsenkova
Publicado a Últimas notícias
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A tão esperada entrevista deixou mais perguntas do que respostas, uma vez que Lecornu, de boca fechada, não fez grandes anúncios sobre uma potencial solução para a crise política do país.

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O Presidente da França, Emmanuel Macron, deverá nomear um novo primeiro-ministro nas próximas 48 horas, disse na quarta-feira à noite o primeiro-ministro cessante, Sébastien Lecornu, depois de ter declarado que a sua missão de negociar com outros partidos estava agora "terminada".

Em declarações à emissora francesa France 2, Lecornu confirmou que se tinha reunido com o presidente no início do dia para apresentar o resultado da sua última ronda de consultas.

Embora tenha excluído a possibilidade de um regresso ao cargo de primeiro-ministro, insistiu que "um caminho é possível" e apelou a um governo "completamente desligado das ambições presidenciais para 2027".

Os comentários de Lecornu encerraram mais um dia de incerteza em França, com Macron a enfrentar uma pressão crescente para clarificar o seu próximo passo após o último colapso do seu governo no início desta semana.

Um caminho para evitar eleições antecipadas

Lecornu rejeitou as crescentes especulações sobre a realização de novas eleições legislativas. "Há uma maioria absoluta na Assembleia Nacional que se opõe à dissolução", disse, afirmando que "210 deputados querem uma plataforma de estabilidade".

Essa maioria, argumentou, poderia dar a Macron uma base para nomear um novo primeiro-ministro, mas recusou-se a dar mais informações.

Embora alguns dos antigos aliados de Macron - incluindo o seu ex-primeiro-ministro Édouard Philippe - tenham apelado à sua demissão após a aprovação do orçamento para 2026, Lecornu rejeitou firmemente a ideia. "Não é o momento de mudar o Presidente".

Lecornu citou a instabilidade global e o papel diplomático da França como outras razões para manter a estabilidade no topo e confirmou que será apresentado um novo projeto de lei orçamental na segunda-feira. Contudo, "não será perfeito", admitiu. "Haverá muito para debater", disse.

"A crise política tem de ser resolvida, tem de ser nomeado um governo e tem de ser aberto um verdadeiro debate no parlamento", insistiu Lecornu.

Rever a reforma das pensões

Sobre a reforma das pensões, profundamente impopular, que alimentou os protestos em massa nos últimos anos, Lecornu disse que a questão continua a ser uma "fonte de bloqueio" no parlamento e que "deve ser encontrado um caminho" para reabrir o debate.

No entanto, a suspensão da reforma seria dispendiosa, advertiu: "Desistir dela custaria nada menos do que três mil milhões de euros até 2027".

Ao longo do seu curto mandato, Lecornu descreveu-se como "um monge-soldado" empenhado na disciplina e no dever, mais do que na ambição.

Disse que aceitou a missão de 48 horas de Macron "para demonstrar que não estava a perseguir o cargo de primeiro-ministro".

Questionado sobre se considerava a sua missão um sucesso, Lecornu fez uma pausa antes de admitir: "Não completamente. Tentei tudo".

A sua demissão, na segunda-feira, pôs fim ao mais curto mandato de primeiro-ministro da história moderna da França, que durou apenas 27 dias.

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