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Volker Türk avisa que direitos humanos nunca devem ser considerados adquiridos

Volker Türk, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, fala durante uma conferência de imprensa em Genebra, 12 de fevereiro de 2025
Volker Türk, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, fala durante uma conferência de imprensa em Genebra, 12 de fevereiro de 2025 Direitos de autor  AP Photo
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De Gregoire Lory
Publicado a Últimas notícias
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No "Dia Internacional dos Direitos Humanos", o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, sublinhou a necessidade de "recuperar" estes valores fundamentais que, segundo ele, têm sido minados na Europa.

A União Europeia não está imune à erosão dos direitos humanos fundamentais. É o que adverte o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, quando se assinala o "Dia Internacional dos Direitos Humanos", a 10 de dezembro.

O rresponsável austríaco remete para o último relatório europeu sobre o Estado de Direito, que afirma que "cerca de metade dos Estados-Membros da UE registaram uma redução do espaço cívico", disse Türk.

"O espaço cívico é o que nos faz prosperar, porque precisamos de um espaço cívico aberto e livre. Precisamos de poder exprimir as nossas opiniões. Precisamos de poder protestar, se acharmos que podemos protestar, precisamos de poder associar-nos", deixando ainda o alerta que a tendência tem sido de querer " restringir o espaço cívico em questões ambientais, climáticas e de migração."

Bandeiras da União Europeia em frente à sede da UE em Bruxelas, 4 de novembro de 2025
Bandeiras da União Europeia em frente à sede da UE em Bruxelas, 4 de novembro de 2025 AP

A regulamentação digital é uma das preocupações de Türk. A UE tem dois regulamentos fundamentais: a Lei do Mercado Digital e a Lei dos Serviços Digitais. "Penso que a Europa tem dado um contributo extremamente útil a nível mundial", acrescentou.

Mas "agora há algumas tendências e discussões para dizer que talvez devêssemos baixar os padrões."

O Alto Comissário da ONU espera que os 27 Estados-Membros não sigam este caminho. "A Europa é realmente um exemplo de liderança quando se trata precisamente do espaço digital."

A Europa é também um exemplo de liderança na regulação das empresas e dos direitos humanos. Mas, mais uma vez, assistimos hoje a uma discussão sobre este processo omnibus, que pode querer reduzi-lo. Na verdade, muitas empresas estão a dizer-nos: "Vamos certificar-nos de que mantemos os padrões de diligência devida em matéria de direitos humanos nos negócios".

Não desumanizar os migrantes

Türk levanta uma terceira questão que o preocupa: a política de migração.

"Se olhar para o debate sobre a migração no mundo atual, devo dizer que, especialmente a nível político, este debate desumaniza frequentemente os migrantes e os refugiados. E, mais uma vez, nunca devemos começar por desumanizar qualquer grupo", explicou, "porque vamos acabar por olhar para outras partes da sociedade e isso é uma ladeira muito escorregadia".

O Alto Comissário quer, por isso, um debate baseado em factos para encontrar soluções duradouras e sair de um debate cada vez mais polarizado.

Migrantes que chegaram recentemente à ilha de Creta, 19 de agosto de 2025
Migrantes que chegaram recentemente à ilha de Creta, 19 de agosto de 2025 AP Photo

O tema para o "Dia Internacional dos Direitos Humanos 2025" é "O essencial do nosso quotidiano".

A ideia, explica Türk, deriva da observação de que os direitos humanos podem parecer abstratos, no entanto, " ligam-nos à nossa vida quotidiana: direito à alimentação, à água, ao saneamento, à acessibilidade, à habitação, tudo isto são direitos humanos. Direito aos cuidados de saúde, à educação". O Alto Comissário espera recordar a todos a realidade concreta dos direitos humanos.

"Por isso, é importante voltar aos princípios básicos do que são os direitos humanos e usufruir deles, mas também lutar pelos direitos dos outros na Europa e noutros lugares", conclui.

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