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Tiroteio em Bondi Beach: o que se sabe até agora

Patrulha policial de manhã cedo após um tiroteio na praia de Bondi, em Sydney, a 14 de dezembro de 2025
Patrulha policial de manhã cedo após um tiroteio na praia de Bondi, em Sydney, a 14 de dezembro de 2025 Direitos de autor  AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De Aleksandar Brezar
Publicado a Últimas notícias
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Pelo menos 15 pessoas foram mortas num tiroteio em massa que ocorreu durante a celebração do Hanukkah em Bondi Beach, Sydney. Homens armados atacaram a comunidade judaica num ataque classificado pelas autoridades como terrorista e antissemita.

Pelo menos 15 pessoas foram mortas quando homens armados abriram fogo numa celebração do Hanukkah na praia de Bondi, em Sydney, no domingo à noite. As autoridades australianas declararam que se tratava de um ataque terrorista contra a comunidade judaica.

O tiroteio começou por volta das 18:45 horas locais de domingo na praia de Bondi, nos subúrbios orientais de Sydney.

Cerca de 1000 pessoas tinham-se reunido para o "Chanukah by the Sea", um evento anual organizado pelo Chabad de Bondi para celebrar a primeira noite de Hanukkah.

Dois homens armados, vestidos de preto abriram fogo com armas longas a partir de uma ponte pedonal que dá acesso à praia, disparando durante cerca de 10 minutos.

Testemunhas descreveram o caos e o pânico quando centenas de pessoas fugiram pela areia e para as ruas próximas, muitas abandonando os seus pertences.

As vítimas

Quinze pessoas morreram na sequência no ataque. Um dos atiradores também foi morto a tiro pela polícia, enquanto o outro permanece em estado crítico.

Pelo menos 40 pessoas, com idades compreendidas entre os 10 e os 87 anos, foram encaminhadas para hospitais para receberem tratamento médico. Três crianças continuam hospitalizadas.

Dois polícias foram baleados e encontram-se em estado grave após terem sido submetidos a uma intervenção cirúrgica.

A polícia isola uma área em Bondi Beach após um tiroteio em Sydney, 14 de dezembro de 2025
A polícia isola uma área na praia de Bondi após um tiroteio em Sydney, 14 de dezembro de 2025 AP Photo

As vítimas identificadas até ao momento incluem o rabino Eli Schlanger, rabino assistente do Chabad de Bondi e um dos principais organizadores do evento, uma menina de 12 anos, Alex Kleytman, um sobrevivente do Holocausto, Dan Elkayam, um cidadão francês, e um cidadão israelita, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel.

Os suspeitos

A polícia identificou os dois atacantes como sendo pai e filho.

O pai, de 50 anos, foi baleado e morto pela polícia no local do crime. Segundo o comissário da Polícia de NSW, Mal Lanyon, o suspeito era um comerciante de armas de fogo, tendo seis registadas em seu nome.

O filho, de 24 anos, encontra-se em estado crítico mas estável no hospital, atualmente sob custódia da polícia. Foi identificado como Naveed Akram, de Bonnyrigg, no sudoeste de Sydney. De acordo com o primeiro-ministro australiano, Akram já era conhecido pelas agências de segurança do país.

A polícia isolou uma área em Bondi Beach após um tiroteio em Sydney, 14 de dezembro de 2025
A polícia isola uma área na praia de Bondi após um tiroteio em Sydney, 14 de dezembro de 2025 AP Photo

A polícia fez uma rusga numa casa em Bonnyrigg ligada a um dos suspeitos.

O diretor-geral da ASIO, Mike Burgess, confirmou que apesar de um dos suspeitos ser conhecido da Organização Australiana de Informações de Segurança, não era considerado uma ameaça imediata.

Inicialmente, as autoridades investigaram se uma terceira pessoa estava envolvida, mas já não estão à procura de outros suspeitos.

A polícia encontrou e retirou dispositivos explosivos improvisados de um veículo na Campbell Parade, ligado a um dos atiradores.

O herói

Durante o ataque, imagens de vídeo mostram um homem de camisa branca a agarrar um dos atiradores por trás e a retirar-lhe a espingarda.

Os meios de comunicação australianos identificaram-no como Ahmed al-Ahmed, 43 anos, proprietário de uma banca de fruta em Sydney.

Al-Ahmed foi atingido por dois tiros durante a luta, um no braço e outro na mão. Foi submetido a uma intervenção cirúrgica e está a recuperar.

O primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Chris Minns, chamou-lhe "um verdadeiro herói", afirmando que "há muitas, muitas pessoas vivas esta noite graças à sua coragem".

A reação

O primeiro-ministro Anthony Albanese declarou que que o ataque tratava-se de "um ato de pura maldade, um ato de antissemitismo, um ato de terrorismo".

"Este foi um ataque deliberadamente dirigido contra a comunidade judaica no primeiro dia do Hanukkah", afirmou. "Um ataque aos australianos judeus é um ataque a todos os australianos."

A polícia declarou o incidente terrorista às 21h36 (hora local) de domingo.

A unidade antiterrorista da Austrália está a liderar a investigação. As bandeiras de toda a Austrália estão a meia haste após a tragédia que mereceu condenação de vários líderes mundiais.

O presidente francês, Emmanuel Macron, considerou-o "um ataque terrorista antissemita" e prometeu continuar a lutar contra o "ódio antissemita".

O presidente israelita Isaac Herzog disse que os corações israelitas "estão com as nossas irmãs e irmãos judeus em Sydney" e apelou à Austrália para combater "a enorme onda de antissemitismo".

Já o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acusou o governo australiano de "deitar lenha na fogueira antissemita".

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que "o antissemitismo não tem lugar neste mundo".

"As nossas orações estão com as vítimas deste horrível ataque, com a comunidade judaica e com o povo da Austrália", disse Rubio.

O rei Carlos III e a rainha Camila, do Reino Unido, disseram estar "chocados e tristes com o mais terrível ataque terrorista antissemita" e elogiaram as acções heróicas da polícia e dos transeuntes.

Os trabalhadores de emergência transportam uma pessoa numa maca após um tiroteio em Bondi Beach, em Sydney, a 14 de dezembro de 2025
Os trabalhadores de emergência transportam uma pessoa numa maca após um tiroteio em Bondi Beach, em Sydney, a 14 de dezembro de 2025 AP Photo

O ataque é o tiroteio mais mortífero na Austrália desde o massacre de Port Arthur em 1996, quando um atirador solitário matou 35 pessoas na Tasmânia. Essa tragédia levou a reformas profundas no controlo das armas.

A Austrália registou um aumento acentuado dos incidentes antissemitas desde outubro de 2023. O Conselho Executivo dos Judeus Australianos documentou 1 654 incidentes antijudaicos entre outubro de 2024 e setembro deste ano, quase cinco vezes mais do que a média anterior a outubro de 2023.

Os mais recentes incidentes antissemitas na Austrália incluem ataques incendiários a uma sinagoga de Melbourne e a um restaurante kosher de Sydney em 2024, que as autoridades associaram ao Irão.

Bondi Beach é uma das praias mais famosas da Austrália, atraindo mais de 2 milhões de turistas em 2024. Os subúrbios orientais de Sidney albergam cerca de um terço da comunidade judaica australiana de 150 000 pessoas.

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