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Jogada de poder pela paz: estará Merz a pressionar Putin e Trump pela Ucrânia?

Póquer pela paz: Merz apela a Putin e Trump
Póquer pela paz: Merz apela a Putin e Trump Direitos de autor  AP Photo
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De Diana Resnik & Franziska Müller
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Conversações de paz em Berlim: chanceler Merz encontrou-se com Zelenskyy - o ambiente é sério, as questões sensíveis. A Europa tem a perspetiva de garantias de segurança, mas Washington e Moscovo insistem em cedências territoriais. Poderá Merz fazer mais do que uma simples mediação?

Em Berlim, o chanceler alemão Friedrich Merz tentou fazer avançar as conversações sobre a Ucrânia - aparentemente com sucesso. Numa declaração conjunta, os chefes de Estado e de Governo europeus pronunciaram-se a favor de uma força multinacional para a Ucrânia - verdadeiras garantias de segurança e mais um passo em direção à paz - se a Rússia alinhar.

"Temos agora a possibilidade de um verdadeiro processo de paz para a Ucrânia. Esta possibilidade ainda é pequena, mas é real", afirma Merz.

Cinco horas de negociações com o enviado dos EUA Steve Witkoff e Jared Kushner tiveram lugar em Berlim no domingo. As conversações de paz prosseguiram na segunda-feira, na Chancelaria, com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy e Friedrich Merz.

Há muito em jogo

As negociações não foram fáceis, como se pôde ver claramente nos rostos dos chefes de Estado alemão e ucraniano - a reunião, que de resto foi calorosa, muitas vezes acompanhada de fotografias de abraços e sorrisos amigáveis, passou sem que um olhasse para o outro.

Não admira, há questões difíceis em jogo para a Ucrânia: a cedência de territórios ucranianos à Rússia. O presidente dos EUA, Donald Trump, tinha insistido nesse sentido e Zelenskyy parecia concordar, pelo menos no que diz respeito aos territórios conquistados ao longo da linha da frente.

Os EUA propuseram o congelamento das regiões ao longo da linha da frente e a cedência dos territórios conquistados pela Rússia. Mas Zelenskyy quer um acordo justo. Em contrapartida, exige a retirada do exército russo das regiões de Kharkiv, Sumy e Dnipropetrovsk. A Rússia, por outro lado, continua a insistir na retirada das tropas ucranianas de Luhansk e Donetsk.

Como irá o povo ucraniano reagir à pressão dos EUA e da Rússia?

Entretanto, Trump está a pressionar para obter resultados rápidos. Os EUA estão a insistir no seu plano de paz de 28 pontos. Merz defendeu a Ucrânia ao tentar alterar o plano de paz, que muitos denunciaram como unilateral.

Na conferência de imprensa, Merz afirmou: "Continua a existir uma questão fundamental: que acordo territorial pode existir? Só o povo ucraniano e o presidente ucraniano podem dar a resposta", afirmou.

Merz: "Não vamos repetir os erros de Minsk, precisamente nesta altura"

A guerra que assola a Ucrânia desde 2014 deveria ter terminado com os Acordos de Minsk, que previam um cessar-fogo e uma solução política. No entanto, o acordo não se concretizou.

Desta vez, a Ucrânia deve poder contar com os seus parceiros europeus - com sólidas garantias de segurança. "Não vamos repetir os erros de Minsk precisamente neste ponto; em vez disso, um cessar-fogo deve agora ser assegurado através de garantias de segurança correspondentes para a Ucrânia." Merz sublinha que a Ucrânia poderia assim conseguir um verdadeiro cessar-fogo.

Zelenksyy também sublinhou este facto durante as negociações: "As garantias de segurança devem funcionar e, acima de tudo, ser compreensíveis para o povo ucraniano**"**.

O presidente ucraniano agradeceu à Alemanha por apoiar a Ucrânia em tudo.

Nas últimas semanas, Merz tem-se afirmado como um pacificador. Na quinta-feira passada, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, elogiou o chanceler pelo seu papel de liderança nas capacidades de segurança e defesa da Alemanha.

Mas o fator decisivo é se a paz tem substância: se a Ucrânia ceder território, precisa de garantias reais de segurança. Se isso for bem sucedido, Merz poderá conseguir mais do que uma mera mediação - nomeadamente uma paz sustentável. A possibilidade de um cessar-fogo antes do Natal depende agora da Rússia, diz o chanceler.

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