O fabricante chinês de automóveis Zeekr, pertencente ao grupo Geely, pretende expandir-se na Europa, apesar das persistentes tensões comerciais entre a China e a UE, disse à Euronews o diretor executivo europeu em exercício.
PUBLICIDADE
A empresa chinesa de veículos elétricos Zeekr está empenhada numa ampla expansão em toda a UE, apesar de as tarifas terem abrandado o seu ritmo, declarou o principal executivo europeu da empresa à Euronews.
Lothar Schupet, diretor executivo interino da Zeekr Europe — que é o braço dos veículos elétricos da Geely Holdings, uma das empresas chinesas visadas pelas tarifas da UE no ano passado — afirmou à Euronews Europe Today que a marca está "empenhada" na Europa.
Em outubro passado, a UE impôs direitos aduaneiros elevados aos veículos elétricos fabricados na China para compensar os efeitos dos subsídios estatais chineses, incluindo reduções de impostos e empréstimos preferenciais, que Bruxelas considera que prejudicam injustamente os concorrentes europeus.
Pequim reagiu com sondagens sobre o brandy, a carne de porco e os produtos lácteos fabricados na UE, que Bruxelas denunciou como injustos e injustificados.
Como se esperava, a cimeira UE-China de quinta-feira, em Pequim, não conseguiu fazer progressos nestas frentes abertas.
As negociações sobre um possível acordo de preços mínimos para suprimir as tarifas aduaneiras decorrem desde abril. Questionado sobre se um acordo deste tipo seria aceitável para uma empresa como a Zeekr, Schupet limitou-se a afirmar que a empresa é defensora do "comércio livre".
O responsável explicou que a Zeekr lançou a sua marca de automóveis na Europa há dois anos, começando pelos mercados nórdicos, e prosseguindo depois para a Bélgica, a Suíça e vários outros países.
"E, neste momento, estamos a meio dos planos de expansão", disse, sublinhando os planos da empresa para continuar a crescer, começando pela Alemanha e pelo Reino Unido, "e avançando também para França, Itália e Espanha".
"Neste momento, estamos a preparar-nos. Por isso, nos próximos doze a vinte e quatro meses, o nosso plano é estarmos ativos", afirmou.
Schupet declarou que "é claro que nos estamos a opor às tarifas", acrescentando que estas têm um impacto negativo nos consumidores.
"As tarifas estão a impedir-nos de avançar com a velocidade desejada desde o ano passado", explicou.
No entanto, acrescentou que a empresa "fez o seu trabalho de casa" e que está "muito convencida de que a nossa abordagem sustentável de entrada no mercado está agora preparada".
"Por isso, o nosso compromisso é expandir-nos ainda mais. O nosso compromisso é fornecer produtos de elevada qualidade aos nossos consumidores na Europa. E, independentemente das tarifas, os nossos planos de expansão vão mais longe".
O CEO referiu-se às preocupações da UE relativamente às subvenções que Pequim atribui às suas empresas nacionais, afirmando que a empresa tem de "ganhar a confiança dos consumidores".
"E é aí que está o nosso principal trabalho agora, lançar os mercados, criar uma experiência de marca e ter uma relação clara com os consumidores na Europa, convencendo-os com os produtos e também com preços atractivos e uma proposta de valor de preço onde podemos ser bem sucedidos".