Governo dos EUA disse que a aprovação, concedida mediante sobretaxa de 25%, também estará disponível para outros fabricantes de chips, como Intel e AMD.
Na segunda-feira, o presidente Trump afirmou que vai permitir à Nvidia vender os seus avançados chips H200 a “clientes aprovados” na China mediante uma sobretaxa de 25%.
A autorização, que também ficará disponível para fabricantes de chips como a Intel e a AMD, surge após meses de pressão do CEO da Nvidia, Jensen Huang.
Ficam fora do acordo o chip Blackwell, mais avançado, e o futuro modelo Rubin.
“Informei o presidente Xi, da China, de que os Estados Unidos vão permitir à NVIDIA enviar os seus produtos H200 para clientes aprovados na China, e noutros países, em condições que permitam manter uma forte Segurança Nacional”, escreveu Trump no Truth Social na segunda-feira. “O presidente Xi respondeu positivamente!”, acrescentou.
A decisão abre um mercado importante para a Nvidia, apesar das preocupações de que a China possa usar os semicondutores avançados para fins militares.
Estes pequenos chips alimentam uma vasta gama de dispositivos eletrónicos, dos smartphones aos aparelhos médicos, e são essenciais para o processamento de inteligência artificial.
Em abril, preocupações com a segurança nacional levaram Trump a proibir as vendas do chip H20, menos avançado, à China, embora o chip tivesse sido concebido para cumprir as restrições de exportação da era Biden. Em julho, o presidente recuou na decisão depois de a Nvidia aceitar pagar 15% das receitas obtidas na China ao governo dos Estados Unidos. A AMD assinou um acordo semelhante.
O H200 da Nvidia é ligeiramente menos avançado do que o seu Blackwell, considerado o semicondutor de IA mais avançado do mundo, embora o H200 esteja pelo menos uma geração à frente da tecnologia atualmente desenvolvida na China.
Os críticos das proibições de exportação dos Estados Unidos, incluindo Jensen Huang, da Nvidia, sustentam que, em vez de prejudicarem as empresas chinesas, as restrições acabarão por beneficiar as ambições da China na IA a longo prazo. Os produtores locais, para já, não conseguem acompanhar a procura interna. Se as empresas não tiverem acesso a semicondutores estrangeiros avançados, a indústria nacional será forçada a inovar. Com esta lógica, Pequim já desencorajou empresas ligadas ao Estado de adotarem produtos da Nvidia.
“Disponibilizar o H200 a clientes comerciais aprovados, validados pelo Departamento do Comércio, encontra um equilíbrio ponderado que é positivo para os Estados Unidos”, afirmou a Nvidia em comunicado. A empresa acrescentou que a decisão também vai apoiar salários elevados e o fabrico nos Estados Unidos.
Ainda assim, um grupo de senadores democratas opôs-se à autorização.
“O acesso a estes chips daria às forças armadas chinesas uma tecnologia transformadora para tornar as suas armas mais letais, realizar ciberataques mais eficazes contra empresas dos Estados Unidos e infraestruturas críticas, e reforçar o seu setor económico e industrial”, lê-se no comunicado dos senadores opositores.
Apontaram que a DeepSeek, uma importante empresa chinesa de IA, afirmou recentemente que a falta de acesso a chips avançados concebidos nos Estados Unidos era o seu maior desafio na concorrência com empresas de IA sediadas nos Estados Unidos.