"O filho de Saul" nomeado para os Óscares chega às salas de cinema a 28 de janeiro

“O filho de Saul” é um dos candidatos de peso na corrida ao Óscar de melhor filme estrangeiro. A longa-metragem húngara já foi distinguida várias vezes. Venceu o Globo de Ouro da Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood. No Festival de Cannes, arrecadou o grande prémio do júri e o prémio da federação dos críticos de cinema.
O filme dá-nos uma nova sonoridade, o que pode criar uma ligação com o espetador. Depois de tantos anos, há poucos sobreviventes. O filme pode continuar a falar-nos dessa coisa chamada Holocausto, de uma forma nova, o que, a meu ver, ainda não tinha sido feito.
A primeira obra do realizador húngaro Laszlo Nemes retrata, de uma forma íntima e inovadora, a vida de um homem no campo de concentração de Auschwitz, em 1944.
Um dia depois da nomeação para o Óscar de melhor filme estrangeiro, o elenco do filme deu uma conferência de imprensa em Budapeste, na Hungria.
“O meu objetivo era levar as pessoas hoje em dia a perceberem o que é um campo de concentração em vez de terem uma visão exterior queria que tivessem uma visão interior. Para muitas pessoas trata-se de um reconhecimento”, sublinhou o realizador.
A longa-metragem conta-nos dois dias da vida de um prisioneiro obrigado a trabalhar no crematório. Como forma de sobrevivência moral, Saul está determinado em enterrar o corpo de um menino que ele toma como filho.
“Para nós, era importante fazer um filme que não fosse fácil de ver. Se a experiência é agradável e dura meia hora então não funciona. Por isso foi importante encontrar uma abordagem visual que chamasse a atenção do espetador, arrastando-o para aquela loucura”, afirmou Mályás Erdély.
A longa-metragem retrata uma realidade violenta sem mostrar imagens chocantes. A violência está contida no olhar das personagens e no som, mais do que na imagem. A obra foi recompensada pela qualidade do som.
“O filme dá-nos uma nova sonoridade, o que pode criar uma ligação com o espetador. Depois de tantos anos, há poucos sobreviventes. O filme pode continuar a falar-nos dessa coisa chamada Holocausto, de uma forma nova, o que, a meu ver, ainda não tinha sido feito”, disse o produtor Gábor Sipos.
“O filho de Saul” chega às salas de cinema portuguesas a 28 de janeiro.