Grigory Rodchenkov dirigiu o centro antidoping de Moscovo. Foi responsável pela evasão de centenas de atletas das malhas dos controlos antidoping, permitindo-lhes brilhar nos Jogos olímpicos de inverno de Sochi, onde a Rússia conquistou 13 medalhas de ouro.
Pouco mais de ano e meio depois um escândalo provocado por uma alegada rede concertada de doping, com suposto conhecimento do governo liderado por Vladimir Putin, colocou em risco a presença da comitiva russa nas Olimpíadas de verão de 2014. Mais de uma centena de atletas russos foram suspensos e impedidos de competir no Rio de Janeiro.
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— Netflix Life (@NetflixLifee) 6 de julho de 2017
O médico russo tornou-se o principal informador das autoridades, teve de receber proteção especial e acaba por ser a estrela de “Icarus”, o documentário de Bryan Fogel sobre os bastidores do maior escândalo de doping do novo milénio.
O realizador considera que a problemática do documentário “envolve todo o desporto”. “Envolve as Olimpíadas e competições internacionais que decorrem há décadas.
Dou por mim num nível similar ao de Edward Snowden, quem, essencialmente, planeou tudo para o próprio governo”, afirma Fogel.
O documentário começou por focar-se numa tentativa do próprio Brian Fogel imitar Lance Armstrong e entrar numa corrida de bicicletas europeia após recurso a doping. Introduziu-se nos meandros do mundo do doping e conheceu Grigory Rodchenkov.
“I was going to dope myself like
— BUILD Series (@BUILDseriesNYC) 14 de julho de 2017lancearmstrong</a> and show the world that the anti-doping system doesn't work" - <a href="https://twitter.com/bryanfogel">
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O médico acaba por lhe roubar os holofotes do documentário e, numa das entrevistas concedidas, chega mesmo a responsabilizar Vladimir Putin, garantindo que o Presidente da Rússia estava informado sobre a rede de doping russa. Fogel acabou por ter de ajudar Rodchenkov a emigrar e a receber proteção das autoridades.
“Icarus” estreou a 20 de janeiro no Festival de Sundance, nos Estados Unidos, onde ganhou o prémio especial do júri. Passou pela reedição britânica do mesmo festival, em Londres, a 03 de junho, e ainda por outras mostras e concursos cinéfilos europeus e norte-americanos.
A 04 de agosto, o polémico documentário de Bryan Fogel é disponibilizado pela plataforma digital Netflix.