“Baronesa” da brasileira Juliana Antunes vence prémio do júri do Festival do Documentário de Salónica

“Baronesa” da brasileira Juliana Antunes vence prémio do júri do Festival do Documentário de Salónica
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A equipa, quase exclusivamente feminina, retratou as mulheres de uma favela de Belo Horizonte.

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O Festival de Cinema Documental de Salónica, na Grécia, acaba de celebrar vinte anos. Em 2018, a programação incluiu mais de duas centenas de documentários e a habitual competição.

O Alexandre de Ouro, o prémio principal do festival, foi atribuído a “The Distant Barking of Dogs”. Realizado por Simon Lereng Wilmont, o documentário retrata a vida de um rapaz de dez anos que vive na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, rodeado por armas e pelo ruído das explosões.

“Baronesa” da realizadora brasileira Juliana Antunes venceu o prémio do júri. A equipa, quase exclusivamente feminina, retratou uma favela de Belo Horizonte. O filme adota o ponto de vista das mulheres da favela.

“Por ocasião do vigésimo aniversário, queríamos mostrar que o documentário é um género espetacular e é, muitas vezes, mais entusiasmante que a ficção com atores. O nosso objetivo, no futuro, é apresentar documentários que são também dramas, comédias, aventuras, thrillers e animações, documentários que revelam os diferentes aspetos do mundo”, afirmou Orestis Andreadakis, diretor do Festival de Cinema Documental de Salónica.

Este ano, o festival prestou homenagem ao cinema experimental de Véréna Paravel e Lucien Castaing-Taylor. Os dois realizadores que são também antropólogos na Universidade de Harvard, restabelecem os laços entre a humanidade e o mundo que a rodeia.

“Penso que os nossos filmes são menos antropocêntricos do que a maioria dos documentários. Não diria que os humanos não são importantes. Eles são muito importantes mas é preciso um reequilíbrio em função dos outros elementos do universo”, sublinhou Véréna Paravel.

“Nós somos uma parcela do mundo e do ambiente e penso que os humanos esquecem esse facto e por isso estamos a destruir o ambiente. Outro aspeto, somos o único animal que esquece que é um animal. Pensamos que somos totalmente únicos e que não temos nada a ver com o ambiente, com as outras espécies e com o mundo inanimado. A nossa esperança é recriar os laços entre a humanidade, os outros animais, o mundo vegetal e mineral”, considerou Lucien Castaing-Taylor.

Em paralelo, o festival organiza um mercado, o Agora Doc Market, que permite encontrar parceiros de produção para novos projetos.

“Correu tudo muito bem, este ano. Tivemos uma maior participação dos profissionais da indústria. Graças a novas colaborações, tivermos um resultado muito positivo. Aconteceram coisas muito úteis. Esperemos que nos próximos anos vamos poder ver novos projetos em Tessalónica e noutros festivais internacionais”, disse Yianna Sarri, diretora do evento.

Em 2018, o festival grego apresentou uma nova secção intitulada “Realidade Virtual” onde foram exibidos sete filmes.

“Foi uma experiência única. Nunca tinha experimentado a Realidade Virtual. Ainda estou a tentar perceber o que se passou, é inacreditável”, contou uma visitante.

“O festival já tem 20 anos. A cidade de Salónica apoiou-o desde o início, ajudando a transformá-lo. De um pequeno evento, passou a ser um marco importante no mundo do documentário. E as perspetivas de futuro são animadoras”, considerou Yorgos Mitropoulos, repórter grego da euronews.

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