O Prémio do Público da 15ª edição do Festival Internacional de Cinema de Roma distinguiu o filme "Verão de 85", um drama escrito e realizado pelo francês François Ozon.
A película conta história de um romance de verão entre dois jovens, numa altura em que quase tudo era possível, como explicou o realizador em entrevista à Euronews.
"Depois da Covid- 19 e do confinamento sabemos que existem coisas difíceis de fazer. Ao viajarmos a 1985 temos a impressão de que era extraordinário, de que tudo era possível. Escolhi situar a ação em 1985 porque foi precisamente antes de a SIDA se tornar um flagelo entre a juventude da época. Na altura, o problema não era a Covid-19, era a SIDA", lembrou o realizador.
François Ozon é um dos mais aclamados realizadores europeus. Considera que a Europa é um continente que respira cinema e o Prémio atribuído em Roma veio prová-lo.
"É verdade que tive a sorte de ter rapidamente filmes que funcionaram na Europa. Isso permitiu, por vezes, um financiamento mais fácil de alguns filmes. É sempre agradável ir para um continente em que o cinema é importante porque sinto uma grande diferença entre os EUA e outros países. Na Europa há o amor pelo cinema. Penso que os europeus são mais cinéfilos. Estão sempre curiosos em relação ao cinema francês, por isso é sempre agradável apresentar um filme no estrangeiro", sublinhou Ozon.
A película baseia-se no livro de culto "Dance on my Grave", do escritor britânico Aidan Chambers, que Ozon leu quando foi lançado na década de 80. Ao som dos "The Cure" relata uma relação homossexual na década de 80.