A encenação cinematográfica da ópera "Fausto" de Gounod

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De  Katharina Rabillon
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Tobias Kratzer apresentou, em Paris, uma encenação cinematográfica da ópera "Fausto" de Charles Gounod.

Uma nova produção de "Fausto" do compositor francês do século XIX Charles Gounod acaba de ser apresentada na Ópera da Bastilha, em Paris.

Com base na obra de Goethe, Charles Gounod conta a história mítica do filósofo Fausto, que vende a alma ao diabo em troca da juventude eterna e da bela Margarida.

"Fausto é um falso jovem porque tem a experiência da vida anterior e, de certeza, que se lembra disso. Apesar de ser velho, vemos que ele está no início da vida. É algo muito humano, a necessidade de ser amado, de ser aceite e de dar", afirmou à euronews o tenor francês Benjamin Bernheim que desempenha o papel principal.

O tema da juventude eterna, do desejo de voltar atrás no tempo, é universal. Podemos encontrá-lo nos tempos antigos.
TOBIAS KRATZER
ENCENADOR ALEMÃO

"É uma viagem pela alma humana", frisou a soprano albanesa Ermonela Jaho.

Encenada por Tobias Kratzer, a nova produção da obra de Charles Gounod descreve a obsessão da sociedade contemporânea com a juventude eterna.

"O tema da juventude eterna, do desejo de voltar atrás no tempo, é universal. Podemos encontrá-lo nos tempos antigos. O Fausto de Goethe busca o conhecimento, quer saber o que mantém o mundo unido na sua essência. O Fausto francês é um pouco mais terra a terra e diz simplesmente: eu quero a juventude", comentou o encenador alemão. 

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TOBIAS KRATZER, ENCENADOR ALEMÃOeuronews

Ópera cinematográfica

A encenação de Tobias Kratzer recorre a várias tecnologias para criar um efeito cinematográfico.

"No seu tempo, esta obra já tinha um lado multimédia, que incendiou todos os efeitos teatrais dos palcos do século XIX. Por isso, era importante para mim traduzir esse lado inovador para o palco contemporâneo”, frisou o encenador alemão.

"Hoje, temos possibilidades que não tínhamos há vinte anos, com o mapping, as projeções, os microfones, as câmaras em direto. Podemos adaptar a ópera para o grande ecrã e criar ópera cinematográfica", disse o tenor francês.

“A ária Jewel foi um desafio para mim, para ser sincera, porque quando temos a câmara muito perto de nós, é preciso reforçar a expressão, ser atriz, porque estamos a cantar sentimentos", considerou a soprano albanesa.

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ERMONELA JAHO, SOPRANO ALBANESAeuronews

O julgamento final

A ópera de Gounod termina com a cena do julgamento final. "No momento do julgamento final, Fausto, cheio de remorsos, reencontra Margarida, que viveu um inferno", disse Benjamin Bernheim. "É o grande combate de cada alma humana: estaremos ou não a fazer a coisa certa na vida? É uma luta que temos dentro de nós", concluiu Ermonela Jaho.

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