O tenor francês cantou o "Poema do amor e do mar”, uma composição para voz e orquestra de Ernest Chausson (1855-1899).
O recital de Benjamin Bernheim foi um dos destaques da edição 2021 do Festival de Salzburgo.
No festival austríaco dedicado à música clássica, o tenor francês cantou obras alemãs, inglesas e francesas, nomeadamente, O Poema do amor e do mar, uma composição para voz e orquestra de Ernest Chausson (1855-1899), uma das obras favoritas de Benjamin Bernheim.
“Com esta obra, Chausson permite-nos viver as etapas dos amores da vida. Permite-nos fazer uma viagem pela história da vida, pelas histórias de amor, a começar pelo início, pela criação, pela descoberta, até o fim. É muito poderoso”, disse à euronews o tenor francês.
O elogio do romantismo: nem tudo são rosas
No recital em Salzburgo, Benjamin Bernheim foi acompanhado pelo pianista francês Mathieu Pordoy.
“Pode parecer antiquado no mundo moderno e contemporâneo parar para pensarmos em nós e nos nossos sentimentos. É um elemento íntrinseco do romantismo. É algo a que as pessoas se podem identificar”, considerou Mathieu Pordoy, o pianista que acompanhou o cantor francês durante o recital.
"O Romantismo pode ser visto como um mundo cor-de-rosa mas também fala das coisas que nos magoam, não apenas do lado bonito e florido, não é só isso, contamos também a dor do romantismo sublinhou Bernheim.
O intimismo dos recitais: o pianista e o cantor
Os recitais são um grande desafio para os artistas. Exigem um clima intimista e um laço forte entre o cantor, o pianista e o público. "É a coisa mais difícil ficar de pé diante da plateia a contar histórias, sem estar protegido pela orquestra, pelo cenário e pelos adereços", sublinhou o pianista francês.
“É enorme o que o pianista que nos acompanha tem que fazer. Nós e eles ficamos expostos de uma forma que pode ser muito assustadora. Mas não temos medo", acrescentou Bernheim.
“Salzburgo é um sítio onde se respira música o ano inteiro. É um lugar onde podemos sentir as vibrações das melodias, onde quer que estejamos. Há algo em Salzburgo que nós dá, ao cantores, aos artistas, uma espécie de legitimidade”, concluiu o tenor francês.
O festival de Salzburgo começou a 26 de agosto e termina a 12 de setembro de 2021.