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Países do sul da Europa são os que mais energia consomem para arrefecer edifícios

Unidades de ar condicionado são vistas na fachada de um edifício em Roma, terça-feira, 25 de julho de 2023.
Unidades de ar condicionado são vistas na fachada de um edifício em Roma, terça-feira, 25 de julho de 2023. Direitos de autor  Andrew Medichini/AP
Direitos de autor Andrew Medichini/AP
De Ema Gil Pires
Publicado a Últimas notícias
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Num relatório divulgado esta segunda-feira pela Agência Europeia do Ambiente, Portugal é elencado como um "bom exemplo" na transição dos combustíveis fósseis para as energias renováveis, mas será dos pa´íses da Europa que mais gastará no futuro para arrefecer as casas.

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Um relatório divulgado esta segunda-feira pela Agência Europeia do Ambiente, e inicialmente citado pela agência Lusa, informa que, no futuro, "a Grécia, Itália, Portugal e Espanha poderão consumir 71% do total anual de energia para fins de refrigeração em edifícios residenciais na UE", devido ao aquecimento global.

Salientando que os "riscos climáticos para a segurança energética" derivados das mudanças climáticas "variam em toda a Europa", o documento destaca que "o sul da Europa enfrenta riscos crescentes decorrentes do calor, das secas e da escassez de água", ao passo que "o norte da Europa deverá enfrentar tanto riscos como oportunidades".

Entre os "principais riscos climáticos para o sistema energético europeu", a Agência Europeia do Ambiente cita "o aumento da procura por refrigeração", sendo expectável que a "procura futura de energia" para esse fim aumente mais "nos países do sul da UE", como é o caso da Grécia, Itália, Portugal e Espanha.

Considerando os últimos anos, constata-se ainda, de acordo com o documento, que "a quantidade de energia final utilizada para fins de arrefecimento em edifícios residenciais triplicou entre 2010 e 2019" em 19 países europeus.

Outras ameaças potenciais para os países da União Europeia prendem-se com "a redução regional do potencial hidroelétrico devido à menor disponibilidade de água, a menor eficiência das centrais térmicas e da transmissão de eletricidade, e os impactos de fenómenos meteorológicos extremos nas infraestruturas energéticas".

Neste âmbito, a Agência Europeia do Ambiente detalha que estes "outros riscos relacionados com o clima" como inundações, tempestades ou incêndios florestais – "podem danificar as infraestruturas de produção e transmissão de energia e perturbar o abastecimento energético". Sendo que, uma vez mais, o sul da Europa poderá estar mais sujeito a episódios de cortes de energia, devido a secas "prolongadas que afetam o abastecimento de eletricidade, combinadas com ondas de calor que afetam o pico da procura" de energia.

Portugal elencado como "bom exemplo" na transição para as energias renováveis e na descarbonização

"Em 2023, as fontes de energia renováveis representaram 24,5% do consumo final de energia da UE", revela ainda o documento intitulado "O ambiente e o clima da Europa: conhecimento para a resiliência, prosperidade e sustentabilidade".

Trata-se de um "máximo histórico" que terá sido "impulsionado pelas políticas da UE para acelerar a transição para as energias limpas", como o plano REPowerEU e o pacote legislativo "Fit for 55". Mas que fica ainda, no entanto, abaixo da "meta mínima" definida a nível europeu – "de 42,5% para 2030" –, o que obrigará a uma "transformação profunda do sistema energético europeu".

Mas Portugal é, neste campo, citado como um "bom exemplo dos progressos realizados na transição dos combustíveis fósseis para as energias renováveis" e no processo de descarbonização. A Agência Europeia do Ambiente refere que o "país quase duplicou a quota das energias renováveis no seu consumo final de energia, passando de 19% em 2004 para 35% em 2023".

Nesse último ano, as "energias renováveis forneceram mais de 73% da matriz energética de Portugal", possibilitando que o país se posicionasse como "um dos pioneiros na transição energética da Europa". Uma mudança que, esclarece ainda o relatório, "foi impulsionada pela expansão da energia hidrelétrica, eólica e solar".

"Portugal investiu fortemente em energia hidroelétrica adicional e em energia eólica desde o início dos anos 2000. Nos últimos anos, aumentou rapidamente a capacidade solar através de projetos fotovoltaicos em grande escala e da adoção crescente de instalações solares em telhados. O país também investiu na modernização de centrais hidroelétricas com barragens com bombagem reversa, proporcionando armazenamento e aumentando a segurança do abastecimento", elenca a Agência Europeia do Ambiente, sobre os progressos feitos a nível nacional.

Além disso, o "encerramento das centrais a carvão em 2021 marcou um passo fundamental na redução das emissões" por parte de Portugal e "enviou um sinal claro sobre o compromisso do país com a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis", conclui o documento.

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