Na pequena vila de Zeebrugge, no litoral belga, as autoridades tentam evitar, a todo o custo, o crescimento de um campo de refugiados idêntico ao de
Na pequena vila de Zeebrugge, no litoral belga, as autoridades tentam evitar, a todo o custo, o crescimento de um campo de refugiados idêntico ao de Calais, na vizinha França.
Desde o início do ano, mais de 400 pessoas em situação irregular foram detidas na localidade, que serve como porto internacional e tem uma posição estratégica, a curta distância do Reino Unido.
Muitos procuram abrigo numa igreja local. Os que vagueiam, literalmente, por Zeebrugge recebem ajuda de habitantes, que parecem ignorar o apelo do governador da província de Flandres Ocidental.
Carl Decaluwé pediu para “não se alimentar os refugiados” sob pena de virem muitos mais, para desespero do pároco local, Fernand Maréchal: “Na fronteira belga é proibido alimentar gaivotas, porque existem muitas. Mas às pessoas em situação difícil é preciso dar-lhes comida. É irresponsável deixá-las passar fome. Além disso, se não lhes dermos comida tentarão procurar pelos próprios meios e, talvez, roubar.”
A vila portuária de Zeebrugge pertence a Brugge. Renaat Landuyt, o autarca da pitoresca cidade, considera que, entre os refugiados, muitas das pessoas que aqui chegam não são requerentes de asilo. Tentam a sorte em nome de uma vida melhor: “Temos a sensação de que se trata do primeiro grupo que vem para ver o que é possível na Bélgica. A mensagem é de que a Bélgica não é França.”
Partir da cidade francesa de Calais para o Reino Unido tornou-se praticamente impossível.
Muitos migrantes alimentam agora a esperança de um novo “Eldorado”, mais a norte, de onde saem barcos da Bélgica com o mesmo destino.