As orientações negociais para o Brexit foram adotadas quatro minutos após o início da primeira cimeira oficial da União Europeia apenas com 27 líderes, este sábado, em Bruxelas. Uma rapidez a denotar
As orientações negociais para o Brexit foram adotadas quatro minutos após o início da primeira cimeira oficial da União Europeia apenas com 27 líderes, este sábado, em Bruxelas.
Uma rapidez a denotar unidade sobre as prioridades, com os cidadãos a ficarem em primeiro lugar.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que “precisamos de garantias efetivas de que os nossos cidadãos vão poder viver, trabalhar e estudar no Reino Unido, e o mesmo vale para os britânicos”.
“A Comissão preparou uma lista completa dos direitos e benefícios que queremos garantir àqueles que são afetados pelo Brexit. A fim de alcançar progressos suficientes, precisamos de uma resposta britânica séria e quero assegurar-vos que, logo que o Reino Unido ofereça garantias efetivas aos nossos cidadãos, encontraremos rapidamente uma solução”, explicou Tusk.
Mas a unidade dos 27 países vai sofrer testes, nomeadamente o debate sobre como equilibrar o orçamento quando não houver contribuição britânica, um das mais altas da União.
Tal foi reconhecido pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker: “Não vejo que haja perigo desta unidade ser quebrada, mas é claro que, à medida que avançarmos nas discussões entre nós sobre as questões orçamentais, teremos problemas”.
“Há países que não vão querer pagar mais e outros que não vão querer receber menos”, acrescentou.
Já a chanceler alemã fez questão de esclarecer porque é que disse que não deve haver ilusões sobre a dificuldade de negociar com o Reino Unido.
“Disse que ninguém deveria ter ilusões, porque tenho a impressão que existe uma confusão sobre a questão de abordagem faseada – primeiro a fase sobre a separação e, em segundo, a fase sobre o futuro relacionamento”, disse Angela Merkel.
“Penso que algumas pessoas no Reino Unido, e não apenas ao nível do governo, ainda não compreenderam que há uma distinção clara entre elas. Mas quero aproveitar a oportunidade para assegurar que não existe uma conspiração contra o Reino Unido”, esclareceu.
As orientações serão divulgadas em detalhe a 3 de maio, por Michel Barnier, negociador mandatado pela Comissão Europeia.