As linhas de orientação negocial para o Brexit foram adotadas numa cimeira extraordinária sobre o tema, este sábado, em Bruxelas, sem a presença do Reino Unido. A maioria dos chefes de Estado e de gov
As linhas de orientação negocial para o Brexit foram adotadas numa cimeira extraordinária sobre o tema, este sábado, em Bruxelas, sem a presença do Reino Unido.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk disse que “precisamos de garantias sólidas para todos os cidadãos e suas famílias que serão afetados pelo Brexit, em ambos os lados. Esta deve ser a prioridade número um para a União Europeia (UE) e para o Reino Unido”.
O encontro é também uma oportunidade para sublinhar a coesão dos 27 países que vão manter-se na União, disse a chanceler alemã.
Angela Merkel sublinhou que “queremos manter boas relações com o Reino Unido no futuro, mas também queremos defender os nossos interesses como um todo. Até agora temos sido extremamente bem-sucedidos e penso que é um bom ponto de partida para as negociações”.
A convocação de eleições antecipadas no Reino Unido, para 8 de junho, a fim de reforçar o poder negocial da primeira-ministra britânica foi desvalorizado por Xavier Bettel.
O primeiro-ministro do Luxemburgo disse que “isso é um problema interno. Theresa May quer resolver a divisão no Partido Conservador sobre um Brexit duro ou suave. Quer que seja o “Brexit da Theresa”, com o apoio da população”.
O principal negociador do Brexit por parte da UE também quis enfatizar o mote da unidade.
Michel Barnier disse que “a defesa da nossa unidade não é feita em oposição ao Reino Unido, mas é do seu próprio interesse. Essa unidade demonstra que estamos juntos porque temos razões para ficarmos juntos no futuro”.
Naquela que é a sua última cimeira, François Hollande fez um paralelo entre o Brexit e o possível Frexit.
O Presidente francês em fim de mandato afirmou que “fora da Europa, tal como revela o Brexit, deixa de haver maior proteção, mais garantias e mercado interno. No casos dos países da zona euro, há menos euro”.
“O Brexit é uma regressão. Coloca-se esse risco nas eleições francesas de 7 de maio e os franceses devem, não só globalmente, mas individualmente, ter receio de uma saída da UE. Têm tudo a ganhar permanecendo na UE. Deste ponto de vista é verdade que as eleições de 7 de maio são também uma escolha europeia”.
O correspondente da euronews em Bruxelas, James Franey, acrescentou que “existe um raro sentimento de unidade entre os líderes europeus. No momento em que o processo para o Brexit se tornará mais sério, ao longo dos próximos meses, por certo haverá zangas e conciliação, mas está claro que vai ser preciso mais do que eleições legislativas no Reino Unido para que os restantes 27 da União mudem de posição nesta fase inicial”.