Doadores reúnem-se em Bruxelas para ajudar população síria

No rescaldo de um recente ataque químico, seguido por uma tímida ação militar ocidental, a União Europeia e as Nações Unidas co-organizam a Segunda Conferência de Bruxelas para apoiar a Síria, a 24 e 25 de abril.
"A Europa também tem que oferecer proteção e direito ao asilo. Caso contrário, não terá credibilidade"
Secretária-geral, Conselho Europeu para os Refugiados e Exilados
"Tourab", que significa "solo", é um evento cultural lateral que traz as vozes de 50 artistas para o debate.
Sobre a mensagem do famoso quadro de Abdalla Al Omari, "A fila", com líderes mundiaos na fila para obter comida, a curadora Alma Salem explicou à euronews que "se a guerra parar, a Síria não precisará de ajuda. Se os interesses baseados nos combustíveis fósseis deixarem de interferir e deixarem a Síria sozinha com os seus recursos e solo muito fértil, então conseguirá alimentar a sua população".
Representantes de 85 países e muitas organizações não-governamentais vão debater sobre as necessidades de 13 milhões de pessoas no interior da Síria e de cinco milhões de refugiados hospedados, sobretudo, no Líbano, Jordânia e Turquia.
Em 2017, a comunidade internacional prometeu doar cerca de 9 mil milhões de euros até 2020, sendo que a União Europeia é o maior doador, tendo contribuído com 10, 6 mil milhões de euros desde o início da guerra, em 2011.
A União Europeia recebeu apenas cerca de um milhão de refugiados e o acordo que fez com a Turquia, em 2016, foi criticado por muitos ativistas por deixar o destino dos refugiados nas mãos de um país instável,
"A Europa também tem que oferecer proteção e direito ao asilo. Caso contrário, não terá credibilidade e há o risco de os países que acolhem refugiados seguirem o exemplo da Europa na tentativa de impedir o acesso ao asilo", afirmou Catherine Woollard, secretária-geral do Conselho Europeu para os Refugiados e Exilados (ECRE).
Até o plano europeu de relocalização falhou, com apenas alguns milhares de requerentes de asilo retidos na Grécia e na Itália a serem transferidos para outros países da União Europeia.
O refugiado Omar Al Tarsheh vive em Bruxelas desde 2015 e criou uma ONG para integrar os seus concidadãos: "Ajudamo-los a encontrar uma casa ou apartamento. E também ajudamos, por exemplo, a compor um currículo profissional que possa levá-los a encontrar um bom emprego, um emprego de sonho, digamos assim! "
A conferência também tentará levar ao relançamento do processo de negociação da paz liderado pela ONU.