Brexit: Bruxelas desvaloriza demissões de ministros

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Direitos de autor REUTERS/Toby Melville/File Photo
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De  Isabel Marques da Silva com EFE
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O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, parece ver um lado positivo nas demissões de dois ministros do Reino Unido, mostrando-se esperançado que a própria ideia do Brexit seja abandonada. A Comissão Europeia disse, por seu lado, que espera que os prazos para chegar a um acordo sejam cumpridos

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O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, parece ver um lado positivo nas demissões do ministro britânico que negociava o Brexit, David Davies, seguida da do chefe da diplomacia, Boris Johnson.

"Os políticos vêm e vão, mas os problemas que criaram para as pessoas permanecem. Só posso lamentar que a ideia do #Brexit não tenha saído, tal como fizeram Davis e Johnson. Mas quem sabe?", escreveu no Twitter.

Já o porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, foi mais neutro: "Continuaremos a negociar de boa fé com a primeira-ministra Theresa May e o negociador indicado pelo governo do Reino Unido, a fim de chegar a um acordo. Temos um trabalho a fazer. É um trabalho importante. Espero que tenhamos um acordo dentro do prazo estabelecido".

Os ministros que se demitiram estão contra um denominado Brexit "suave", que mantenha laços profundos com a União Europeia a nível comercial, pelo qual luta a primeira-ministra.

May disse que sua proposta, que pretende publicar num "livro Branco", na quinta-feira, permitirá ao Reino Unido "recuperar o controle de suas fronteiras, o seu dinheiro e as suas leis".

"E faz isso de uma maneira que protege os nossos empregos e nos permite assinar acordos comerciais independentes", disse, numa intervenção no Parlamento britânico.

Quanto às demissões, a líder limitou-se a sublinhar o trabalho de David Davis, tendo criado desde o início o Ministério do "Brexit", e sua contribuição para o processo legislativo de alguns das leis "mais importantes das últimas gerações" para o país.

Sobre Johnson, a chefe do governo reconheceu sua "paixão" ao "promover um Reino Unido global no mundo antes da saída da União Europeia".

O líder da oposição, do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, disse que as saídas de Davis e de Johnson abriram uma "crise no governo" conservador.

"É claro que este governo não consegue chegar a um acordo que proteja a economia, os empregos e os padrões de vida" dos britânicos, disse Corbyn.

"Como alguém pode acreditar que a primeira-ministra conseguirá um bom acordo com os 27 governos da União Europeia se não for sequer capaz de assinar um pacto dentro de seu próprio gabinete?", perguntou o líder da oposição.

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