Comissário pede maior responsabilidade no salvamento no mar

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De  Elena Cavallone  & Isabel Marques da Silva
Comissário pede maior responsabilidade no salvamento no mar

De quem é a responsabilidade quando operações de salvamento não evitam a perda de vidas no mar Mediterâneo? A pergunta volta a ser colocada com o caso algo misterioso de uma sobrevivente e dois cadávares, alegadamente deixados para trás pela guarda costeira da Líbia e encontrados por uma organização não-governamental espanhola, Proativa Open Arms.

É um total absurdo dizer que a Líbia pode ser um país seguro para os migrantes, quando não há governo central

Nizar Bredan Ativista, refugiado da Líbia

"O que aconteceu obriga toda a gente a a enfrentar as suas responsabilidades. Temos de continuar a trabalhar juntamente com as autoridades líbias, treinado a sua guarda costeira. Mas, por outro lado, todos os países, de ambos os lados do mar Mediterrâneo, têm que considerar o salavamento de vidas como uma das suas prioridades", disse, à euronews, Dimitris Avramopoulos, comissário europeu para a Migração.

No dia deste caso, cerca de cem pessoas manifestaram-se, em frente à embaixada italiana em Bruxelas, para exigir ao governo de Roma que reabra os portos e permita a atuação das organizações não-governamentais.

Nizar Bredan, um dos ativistas, é originário da Líbia e questiona a capacidade do país para estar na linha da frente da resposta.

"É um total absurdo dizer que a Líbia pode ser um país seguro para os migrantes, quando não há governo central, está tudo nas mãos das milícias e as vítimas são os próprios cidadãos do país. Pessoas da minha idade tentam fugir para outro lugar porque temem que seus filhos sejam sequestrados", disse à euronews.

Mais de 1100 imigrantes morreram, ou desapareceram, no mar, este ano, metade dos quais em junho, segundo a Organização Internacional para as Migrações.