Comissário pede maior responsabilidade no salvamento no mar
De quem é a responsabilidade quando operações de salvamento não evitam a perda de vidas no mar Mediterâneo? A pergunta volta a ser colocada com o caso algo misterioso de uma sobrevivente e dois cadávares, alegadamente deixados para trás pela guarda costeira da Líbia e encontrados por uma organização não-governamental espanhola, Proativa Open Arms.
"O que aconteceu obriga toda a gente a a enfrentar as suas responsabilidades. Temos de continuar a trabalhar juntamente com as autoridades líbias, treinado a sua guarda costeira. Mas, por outro lado, todos os países, de ambos os lados do mar Mediterrâneo, têm que considerar o salavamento de vidas como uma das suas prioridades", disse, à euronews, Dimitris Avramopoulos, comissário europeu para a Migração.
No dia deste caso, cerca de cem pessoas manifestaram-se, em frente à embaixada italiana em Bruxelas, para exigir ao governo de Roma que reabra os portos e permita a atuação das organizações não-governamentais.
Nizar Bredan, um dos ativistas, é originário da Líbia e questiona a capacidade do país para estar na linha da frente da resposta.
"É um total absurdo dizer que a Líbia pode ser um país seguro para os migrantes, quando não há governo central, está tudo nas mãos das milícias e as vítimas são os próprios cidadãos do país. Pessoas da minha idade tentam fugir para outro lugar porque temem que seus filhos sejam sequestrados", disse à euronews.
Mais de 1100 imigrantes morreram, ou desapareceram, no mar, este ano, metade dos quais em junho, segundo a Organização Internacional para as Migrações.