Advogados norte-americanos prestam informações ao parlamento Europeu
O gigante norte-americano da agroquímica, Monsanto, regressa à ordem do dia depois de no mês passado ter sido condenado nos Estados Unidos por não ter prestado informações suficientes sobre os riscos associados à utilização do glifosato, substância que se encontra no herbicida Round Up.
A empresa foi condenada a pagar 290 milhões de dólares nos Estados Unidos a um jardineiro que contraiu um tipo de cancro após exposição prolongada ao herbicida.
Dois dos advogados que se ocuparam do caso vieram ao Parlamento Europeu alertar e trazer mais dados aos legisladores europeus.
"O que temos aqui é a ponta do icebergue. De facto, agora temos documentos em nossa posse, várias centenas de documentos, que não foram desclassificados e alguns são explosivos. Alguns estão relacionados com o que a Monsanto fez aqui na Europa. E isto é só o começo", afirmou Robert Jr Kennedy, advogado do gabinete de advocacia Baum, Hedlund, Aristei & Goldman.
Para além da batalha ambiental, o caso Monsanto é igualmente uma questão de transparência. Para o eurodeputado ecologista belga, Bart Steas, a batalha dos advogados norte-americanos é uma batalha em prol da democracia.
"Eles lutam para obter mais democracia e transparência assim como compreender como uma grande corporação com a Monsanto age e tenta manipular os factos", disse Bart Staes, eurodeputado dos Verdes e relator do comité PEST.
Os trabalhos realizados pelos advogados norte-americanos podem agora ser utilizados pela comissão do parlamento europeu criada em fevereiro deste ano para se debruçar sobre o glifosato, a substância química utilizada no herbicida Round Up.
A comissão do parlamento europeu encarregada dos pesticidas tem nove meses para avaliar o procedimento para autorização dos pesticidas na União Europeia, a sua independência relativamente à indústria, a transparência do processo de decisão, os meios implementados assim como propostas concretas para melhorar o protocolo.