Grécia recebe apoio e críticas na crise dos refugiados

Refugiados e migrantes na fronteira entre Grécia e Turquia
Refugiados e migrantes na fronteira entre Grécia e Turquia Direitos de autor Giannis Papanikos/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved
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De  Isabel Marques da SilvaElena Cavallone
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Comissão Europeia promete 700 mil milhões de euros para a Grécia, que apelidou de escudo para a Europa em termos de refugiados. Mas ativistas dos direitos humanos criticam a falta de política de asilo.

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A Grécia está em "alerta máximo" para proteger as suas fronteiras, barrando a entrada aos refugiados e migrantes vindos da Turquia, desde o passado domingo.

Uma postura que granjeou críticas por falta de respeito pela lei internacional em matéria de asilo e de direitos humanos, proferidas por alguns partidos e organizações não-governamentais.

Mas Manfred Weber, líder do grupo de centro-direita no Parlamento Europeu - família política à qual pertence o partido do primeiro-ministro grego -, diz que as culpas pela nova crise humanitária cabem ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan.

"Temos que afirmar de forma clara que a violência perpetrada na fronteira é violência causada por Erdogan. Ele é responsável por isso. O primeiro-ministro grego disse, publicamente, várias vezes nos últimos dias, que a fronteira está fechada. Ponto final. O governo turco criou expetativas nas pessoas que não são realistas. Esperamos que Erdoğan abandone este comportamento", disse Weber, em entrevista à euronews.

HRW contra a falta de distribuição de refugiados na UE

Apesar de ser o que obriga a lei, o governo grego anunciou que não vai abrir dossiês de candidatura a asilo durante um mês.

Os presidentes das instituições da União Europeia visitaram a Grécia, terça-feira, para prestar apoio, mas a organização não-governamental Human Rights Watch critica o bloco pela incapacidade de mostrar solidariedade e eficácia.

"Os requerentes de asilo e os migrantes foram usados como peões pelo governo turco para pressionar a União Europeia, o que os colocou numa situação muito mais vulnerável do que antes desta crise", disse Philippe Dam, ativista dos direitos humanos.

"O que precisamos é de criar um novo mecanismo para processar os casos das pessoas recém-chegadas, bem como das que solicitaram asilo na Grécia nos últimos anos, de forma a serem distribuídas por outros países da União Europeia", acrescentou.

O partido português Livre pediu ao governo de António Costa que intervenha junto dos homólogos para adotar "medidas urgentes" para resolver a crise.

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