Grécia recebe apoio e críticas na crise dos refugiados

A Grécia está em "alerta máximo" para proteger as suas fronteiras, barrando a entrada aos refugiados e migrantes vindos da Turquia, desde o passado domingo.
Uma postura que granjeou críticas por falta de respeito pela lei internacional em matéria de asilo e de direitos humanos, proferidas por alguns partidos e organizações não-governamentais.
Mas Manfred Weber, líder do grupo de centro-direita no Parlamento Europeu - família política à qual pertence o partido do primeiro-ministro grego -, diz que as culpas pela nova crise humanitária cabem ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan.
"Temos que afirmar de forma clara que a violência perpetrada na fronteira é violência causada por Erdogan. Ele é responsável por isso. O primeiro-ministro grego disse, publicamente, várias vezes nos últimos dias, que a fronteira está fechada. Ponto final. O governo turco criou expetativas nas pessoas que não são realistas. Esperamos que Erdoğan abandone este comportamento", disse Weber, em entrevista à euronews.
HRW contra a falta de distribuição de refugiados na UE
Apesar de ser o que obriga a lei, o governo grego anunciou que não vai abrir dossiês de candidatura a asilo durante um mês.
Os presidentes das instituições da União Europeia visitaram a Grécia, terça-feira, para prestar apoio, mas a organização não-governamental Human Rights Watch critica o bloco pela incapacidade de mostrar solidariedade e eficácia.
"Os requerentes de asilo e os migrantes foram usados como peões pelo governo turco para pressionar a União Europeia, o que os colocou numa situação muito mais vulnerável do que antes desta crise", disse Philippe Dam, ativista dos direitos humanos.
"O que precisamos é de criar um novo mecanismo para processar os casos das pessoas recém-chegadas, bem como das que solicitaram asilo na Grécia nos últimos anos, de forma a serem distribuídas por outros países da União Europeia", acrescentou.
O partido português Livre pediu ao governo de António Costa que intervenha junto dos homólogos para adotar "medidas urgentes" para resolver a crise.