Comissária europeia da saúde alerta para os perigos de baixar a guarda na luta contra a Covid-19
À medida que aumentam os preparativos para as férias do Natal, também aumentam os receios de uma nova vaga de infeções devido às celebrações familiares tradicionais nesta época.
É por essa razão que a Comissão Europeia quer que os estados-membros mantenham as medidas anti-pandemia durante todo o inverno até à distribuição de uma vacina.
"Se não tivermos cuidado, se não praticarmos a auto-contenção e a disciplina, se baixarmos a guarda rapidamente, se não usarmos este período de maior estabilidade para nos prepararmos, teremos mais casos, mais mortes e mais confinamentos. Isto foi o que aconteceu em julho e aplica-se agora. Desta feita podemos fazer as coisas de forma diferente" alerta Stella Kyriakides, comissária europeia para a saúde e segurança alimentar.
A estratégia para o inverno avançada pela Comissão Europeia inclui medidas como:
- Manter o distanciamento social
- Um sistema europeu de rastreamento
- Uma abordagem comum para a certificação de vacinas.
No entanto, a União Europeia não tem autoridade em matérias de saúde.
Isto significa que a Comissão Europeia depende dos governos nacionais para a aprovação destes planos e, mais importante, a sua implementação.
Apesar dos esforços, a coordenação relativamente à pandemia não é uma área em que a Europa tenha tido muito sucesso.
A Alemanha, a França e a Itália querem as estâncias de esqui fechadas em todo o continente.
No entanto, a Áustria discorda pois uma grande parte da economia assenta nesta indústria.
É por isso que para este eurodeputado socialista húngaro, as estâncias de esqui deviam receber indemnizações pelo encerramento.
"O covid-19 afetou as vidas de milhões de trabalhadores nos últimos três meses. Sabemos que a vida humana vem primeiro, por isso nos países em que as estâncias não podem abrir os governos nacionais e a UE deviam abrir os bolsos para ajudar", adianta o eurodeputado István Ujhelyi, vice-presidente do comité para os transportes (TRAN).
E há ainda a questão das vacinas.
A UE afirma que as primeiras vacinas só estarão disponíveis no início de janeiro, no entanto o Reino Unido vai iniciar as campanhas de vacinação já na próxima semana, uma decisão que Bruxelas critica pela excessiva rapidez.