Eurodeputados pedem mais verbas para "União Europeia para a Saúde"

Teste rápdido à Covid-19
Teste rápdido à Covid-19 Direitos de autor Anupam Nath/The Associated Press
De  Isabel Marques da SilvaChristopher Pritcher
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A pandemia de Covid-19 expôs algumas das fraquezas na saúde pública, que é um setor de soberania dos Estados-membros, havendo apelos a maior coordenação por parte das instituições europeias.

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A União Europeia continuará mal preparada para lidar com futuras pandemias, acusam os membros do Parlamento Europeu, que pedem um aumento das verbas para a saúde no orçamento que vai vigorar nos próximos sete anos

A Comissão Europeia tinha pedido quase dez mil milhões de euros para o novo programa "União Europeia para a Saúde", mas os governos dos 27 países aprovaram menos de dois mil milhões de euros de dotação orçamental.

"Gostaríamos que houvesse um maior enfoque no sentido de preparar melhor os sistemas de saúde, para que se tornem mais resilientes e possam responder a futuras crises", disse Cristian-Silviu Buşoi, eurodeputado romeno de centro-direita que é relator para este programa.

"Os sistemas públicos devem poder, também, ser mais eficazes na luta contra doenças tais como o cancro. Existe uma iniciativa da Comissão Europeia dirigida para luta contra o cancro que precisará de maior apoio. Também é preciso investir na digitalização do setor da saúde e no combate à escassez de medicamentos", acrescentou Cristian-Silviu Buşoi.

Apoios para o poder local e para apostar na prevenção

A pandemia de Covid-19 expôs algumas das fraquezas na saúde pública, que é um setor de soberania dos Estados-membros, havendo apelos a maior coordenação por parte das instituições europeias.

O novo programa também deverá apostar na prevenção e vacinação e poderá ser otimizado pelo poder local, especificou Sara Cerdas, eurodeputada portuguesa do centro-esquerda.

“É um programa que poderá estar bem sintonizado com os programas nacionais de saúde pública, para ser aplicado pelos governos de todos os Estados-membros. Mas poderá haver, também, um papel para o poder regional e autárquico, nomeadamente nas questões de prevenção da doença, de medidas para prolongar a qualidade de vida na sociedade", referiu a eurodeputada.

"Essa é a definição de saúde pública e este programa pode cumprir esses objetivos. É um programa impressionante que poderá trazer muitos benefícios para o setor da saúde, não apenas no longo prazo, mas já a curto e médio prazo", concluiu Sara Cerdas.

Nova agência para a investigação biomédica

No seu discurso sobre o "Estado da União," há cerca de um mês, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu melhorar a atuação das instituições comunitárias ligadas à saúde que já existem.

Outra promessa é criar uma Agência para Investigação e Desenvolvimento em Biomedicina Avançada, mas ainda não há muito detalhes sobre quando poderá estar em funcionamento.

"Será muito importante ver como a situação vai avançar e como podemos fazer evoluir esta discussão do plano das boas intenções para a realidade concreta ao nível de toda União. A melhor maneira para o concretizar ainda não está definida, sendo que a Conferência sobre o Futuro da Europa vai ser fundamental nesta matéria", realçou Michele Calabro, conselheiro no Fórum Europeu dos Pacientes.

O Parlamento Europeu deverá votar, em novembro, uma resolução sobre como investir recursos na saúde.

Alterações ao orçamento plurianual estão a ser negociadas pelos eurodeputados com o Conselho da União Europeia, para tentar convencer os lidere s a abrirem mais os cordões à bolsa numa área vital para todos os cidadãos.

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