UE quer ser campeã nas baterias para carros eléctricos

Já há 1,5 milhões de carros eléctricos a circularem na União Europeia, mas daqui a quatro anos poderão ser sete milhões, na maioria produzidos no bloco. Esta é a meta da Aliança Europeia das Baterias, que financia cerca de 70 projetos industriais.
Um deles é a parceria franco-alemã ACC para o fabrico de baterias de iões de lítio. Patrick de Metz, responsável pelo departamento de Assuntos Ambientais na SAFT, a empresa de baterias francesa participante na parceria, salienta que é crucial aumentar, internamente, o fornecimento de matérias-primas para as futuras inovações, já que a União Europeia é muito dependente de importações asiáticas.
"Existem várias iniciativas, em diferentes países europeus, para obter materiais com origem no território europeu. E há, também, um grande esforço por parte da indústria da reciclagem, porque precisamos de materiais provenientes das baterias recicladas para alimentar as fábricas. Portanto, essas duas fontes de matérias-primas devem ajudar a fazer a ponte entre a capacidade disponível, atualmente, e aquela de que necessitaremo nos próximos anos ”, explicou Patrick de Metz.
O executivo comunitário anunciou que o bloco quer ser o segundo produtor mundial de baterias de iões de lítio, em 2025, atrás da China.
Para isso. precisa de formar pelo menos 800 mil trabalhadores e de obter 15 mil milhões de euros, de fontes privadas, para projetos de extração de matérias-primas.
A Comissão Europeia apresentou uma nova proposta legislativa sobre baterias e espera que a presidência portuguesa da União Europeia consiga que seja adotada já este ano. Os ministros do Ambiente dos 27 países realizaram, quinta-feira, um debate político sobre o assunto.
"É fundamental termos um regulamento que defina bem o que são essas baterias e, sobretudo, que as pense de acordo com todo o ciclo de vida do produto. Isto é, uma bateria existe muito para além do tempo em que é utilizada e é fundamental sabermos reciclar as baterias e garantir que, quando as poduzimos, que o que colocamos no mercado tem sempre um destino final", disse João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e Ação Climática de Portugal, à chegada ao Conselho da UE, em Bruxelas, para presidir a reunião.
O setor pode ajudar à autonomia industrial no âmbito do Pacto Ecológico, mas a União tem de garantir que as baterias altamente poluentes são devidamente recicladas.