Líbano: Novo governo procura soluções entre ameaças de sanções

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Eurodeputados aprovaram resolução que contempla adoção de medidas contra políticos que bloquearem progressos no país que procura, desesperadamente, superar crise económica

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A devastadora explosão no porto de Beirute abalou a instável vida política no Líbano, manchada por alegações hereditárias de falta de transparência.

O recém-formado Governo, liderado pelo primeiro-ministro Najib Mikati e aprovado pelo Parlamento, conta com rostos novos, mas alguns estão associados a grupos acusados de corrupção.

De olhos postos no país, na semana passada o Parlamento Europeu aprovou uma resolução, não vinculativa, que considera que a crise no Líbano tem "dedo humano" e deixou no ar a ameaça de aplicação de sanções, se a história voltar a repetir-se.

"Temos de ser muito rápidos. Pedimos sanções fortes agora porque se houver sanções fortes será mais fácil para o Governo ou outras partes da sociedade no Líbano dizer: 'ok, fazemos concessões'. Estamos de acordo com o levantamento da imunidade parlamentar", sublinhou, em entrevista à Euronews, o eurodeputado francês do grupo Renovar Europa, Christophe Grudler.

No ano passado, a inflação no Líbano subiu para mais de 80% e os produtos do dia-a-dia ficaram quatro vezes mais caros do que dois anos antes.

O novo Governo, formado na semana passada, explora agora a possibilidade de receber um empréstimo de cerca mil milhões de euros do Fundo Monetário Internacional (FMI), que o anterior executivo, entretanto substituído, tinha contemplado.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, sublinhou que apesar do modelo económico estar do país estar comprometido o momento de impor sanções passou. Para já pelo menos, porque há um novo governo.

Entre os Estados-membros há opiniões divergentes sobre a imposição de sanções.

"A maioria dos europeus vai agora dar ao [novo] Governo um pouco de tempo. Vão dar aos libaneses o benefício da dúvida e ver se conseguem realmente implementar algumas reformas necessárias para garantir o empréstimo do FMI. Se for possível, penso que as sanções serão adiadas. Penso que as exigências europeias são agora muito mais baixas do que eram há seis meses. Honestamente, acredito que se trata de um governo semifuncional. Algumas reformas estão limitadas. Não é o tipo de reformas radicais que falávamos há cerca de seis meses atrás", explicou Julien Barnes-Dacey, do Conselho Europeu de Relações Exteriores.

Para a economia estabilizar, no entanto, será preciso mais dinheiro do que o empréstimo do FMI.

O Líbano necessita, igualmente, de um Governo à altura do desafio de resolver a crise no país que o Banco Mundial considera ser uma das piores do mundo desde 1850.

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