Mais partilha de informação ou convergência entre as ações dos Estados-membros constam de propostas
Abrir uma mensagem desconhecida e acabar por ser vítima de um ciberataque.
Quase ninguém está imune a este tipo de ofensiva. Pelo meio, perdem-se milhões de euros.
Empresas, instituições e cidadãos comuns sofrem a toda a hora com o cibercrime, sob a forma de ataques de phishing, ransomware ou outros.
Mas os eurodeputados da comissão parlamentar da Indústria, da Investigação e da Energia (ITRE) intensificaram a batalha contra os inimigos virtuais.
Esta quinta-feira propuseram medidas adicionais pensadas para reforçar legislação em matéria de cibersegurança e blindar os internautas europeus, como, por exemplo, mais partilha de informação ou maior harmonização das regras dos diferentes Estados-membros.
"É muito importante avançarmos rapidamente para que os hackers não prefiram vir atacar para a Europa. Mas também é importante fortalecer a segurança e ampliar o alcance. Durante a pandemia, vimos crescer uma outra pandemia de ransomware no mundo e na Europa. Vimos hospitais ser atacados, mas também instituições", sublinhou, em entrevista à Euronews, Bart Groothuis, eurodeputado holandês do Grupo Renovar a Europa e relator do dossier.
O consenso foi alargado, o que é pouco comum, quando se trata de melhorar a segurança das redes europeias.
Mas quanto maior a segurança, maior o controlo. Há riscos para os europeus?
Yoann Kassianides, da Aliança para a Confiança Digital e especialista em cibersegurança disse que não. Acrescentou: "A cibersegurança não restringe o utilizador e não é perigosa. Pelo contrário, as ferramentas e soluções desenvolvidas pelas empresas vão permitir que as nossas liberdades sejam garantidas e por isso é urgente dar aos nossos órgãos reguladores a capacidade de nos proteger."
O problema é global. Mas até que ponto é que outros países, como os EUA, levam a sério a segurança cibernética?
"Investimos cerca de 41% menos em cibersegurança do que os americanos, em média. Isso é algo que realmente temos de resolver. E é muito importante que o façamos para enfrentar as ameaças que chegam principalmente da Rússia no que diz respeito a ransomware, mas também da China, Irão e outros que tentam infiltrar-se nas nossas redes para atingir um efeito geopolítico", ressalvou Bart Groothuis.
Das armas aos teclados, os conflitos travam-se de novas formas.
Um estudo do Parlamento Europeu revelou que além de serem a forma de crime em mais rápido crescimento no mundo, os ciberataques também estão a crescer em custo e sofisticação.