UE defende-se de acusações por causa de embargo a petróleo russo

Chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell defendeu bloco comunitário de acusações
Chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell defendeu bloco comunitário de acusações Direitos de autor European Union, 2022.
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De  Jorge Liboreiro
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Bloco é apontado por provocar subida de preços. A proibição da UE não será concluída até o final do ano, motivo pelo qual os efeitos económicos ainda não estão completamente claros

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A União Europeia reagiu às acusações de que o embargo às importações de petróleo russo está a provocar um aumento dos preços globais e a gerar turbulência do volátil mercado energético.

"Isso é completamente falso", disse Josep Borrell, o chefe da diplomacia europeia.

"O preço do petróleo começou a aumentar um mês antes da guerra. (...) Atingiu o pico desde o início da guerra. E desde que adotámos as sanções, e que proibimos as importações de petróleo da Rússia, o preço diminuiu", acrescentou.

Apesar da avaliação de Borrell ser factualmente verdadeira – o preço de referência do barril de Brent caiu para cerca de 106 dólares em comparação com o pico de 123 dólares no início de março –, ao mesmo tempo traça um quadro incompleto.

O embargo ao petróleo russo acordado pelos Estados-membros no final de maio foi concebido como uma medida gradual e estruturada: as importações marítimas de petróleo russo, bruto e refinado, serão eliminadas até o final do ano.

A Hungria e outros países sem litoral garantiram uma isenção indefinida para as importações distribuídas através por oleodutos.

As sanções também incluíram a proibição de financiar e segurar o transporte de petróleo russo para países não pertencentes à UE, um setor no qual o bloco tem um domínio confortável. A obtenção de um seguro de alta qualidade para cobrir possíveis responsabilidades é essencial para os navios-tanque que transportam petróleo em todo o mundo.

Globalmente, a UE comprometeu-se a eliminar mais de 90% das suas importações de petróleo da Rússia.

Os números pré-guerra indicam que o bloco comprava diariamente cerca de 2,2 milhões de barris de petróleo bruto, juntamente com 1,2 milhões de barris de produtos refinados, da Rússia.

Uma vez concluída, a proibição pode retirar até 3 milhões de barris de petróleo dos mercados internacionais. Isso levaria a um reajuste substancial do equilíbrio de oferta e procura e poderia aumentar drasticamente os preços se a Rússia não conseguir encontrar novos clientes para todos os barris.

A China e a Índia já estão a aumentar as compras de petróleo russo, que o Kremlin está a oferecer com um atraente desconto de 30 dólares, para frustração dos aliados ocidentais.

Com o intuito de evitar mais perturbações no mercado, os EUA estão a liderar a causa para introduzir um teto no preço do petróleo russo. A ideia nasceu da última reunião do G7, mas Washington quer ter todo o G20 a bordo para garantir uma maioria mais forte.

O plano traduzir-se-ia num grupo de países a agir como cartel e a impor um limite ao preço que estão dispostos a pagar pelo petróleo russo, provavelmente entre os 40 e cerca de 60 dólares por barril.

As empresas e entidades que concordem em respeitar o limite poderão ser isentas da proibição do seguro, podendo transportar e comercializar petróleo russo. Por outro lado, aqueles que tentassem comprar barris acima do limite acordado veriam negada a prestação de serviços de transporte marítimo, bancários e de seguros.

Os EUA acreditam que o teto reduziria automaticamente as crescentes receitas de energia da Rússia, ao mesmo tempo que garantiria preços estáveis ​​da gasolina, uma prioridade fundamental para o presidente Joe Biden antes das cruciais eleições intercalares.

Mas vários especialistas e grupos de reflexão levantaram sérias preocupações sobre a viabilidade e utilidade do plano, alertando que pode ser contraproducente e desencadear um aumento ainda maior dos preços.

Veja o vídeo acima para saber mais sobre a disrupção nos mercados de petróleo.

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