Na reunião de 2021, os participantes na COP26 (Glasgow, na Escócia) prometeram baixar o consumo de carvão, incuindo grandes utilizadores como a China e a Índia.
A União Europeia (UE) debateu qual será a sua posição para a cimeira do clima COP27, que começará a 6 de novembro, no Egito.
A guerra na Ucrânia criou uma séria crise energética, mas os ministros do Ambiente dizem que não se podem atrasar os esforços para diminuir, rapidamente, a utilização de combustíveis fósseis muito poluentes, tais como o carvao.
O consenso na reunião, no Luxemburgo, segunda-feira, é que qualquer aumento deve ser temporário, segundo Teresa Ribera, ministra para a Transição Ecológica, de Espanha: "Necessitamos de alguma flexibilidade a curto prazo. Alguns países estão, novamente, a aumentar o consumo de carvão e gás, mas é absolutamente temporário e por razões de segurança energética".
"Uma importante conclusão que tirámos da guerra é que precisamos de acelerar a nossa transição energética. Mesmo que utilizemos um pouco mais de carvão, atualmente, vamos progredir rapidamente na transição energética. O ritmo de redução das emissões poluentes será mais rápido do que no passado", garantiu, por seu lado, Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia.
Na reunião de 2021, os participantes na COP26 (Glasgow, na Escócia) prometeram baixar o consumo de carvão, incuindo grandes utilizadores como a China e a Índia.
Portugal já não usa carvão, mas os governos da Alemanha, Áustria, Itália e Países Baixos foram alguns dos que voltaram a aumentar o consumo.
Sinal errado para o mercado
Um sinal que pode desencorajar o setor privado de contribuir para a redução de emissões poluentes, de acordo com Laurent Babikian, analista do CDP Europe: "Penso que é, obviamente, uma má notícia".
"Se queremos diminuir a temperatura média, devemos parar de queimar carvão e petróleo. Quanto mais carvão queimarmos, mais aumentaremos a temperatura e mais esforço será necessário para inverter a curva ascendente. Foi preciso ter uma guerra para mostrar que a Europa tem de ter um melhor planeamento e aposta nas energias renováveis, e espero tal seja acelerado", disse o analista que trabalha na organização não-governamental, destinada a aumentar a atenção dos mercados financeiros para o impacto das decisões de investimento no clima.
A UE vai ter, também, de definir a contribuição para o financiamento de medidas de adaptação para os países menos desenvolvidos, mas muito afetados por catástrofes climáticas, sob cada vez maior pressão do movimento ambientalista popular mundial.