Guerra na Ucrânia: Dois anos de mortes e de laços familiares cortados pela invasão

Mais de 10 mil civis morreram na Ucrânia desde a invasão russa a 24 de fevereiro de 2022
Mais de 10 mil civis morreram na Ucrânia desde a invasão russa a 24 de fevereiro de 2022 Direitos de autor Andrii Marienko/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Andrii Marienko/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
De  Shona Murray
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Quando se aproxima o marco sombrio de dois anos desde a invasão russa, os ucranianos temem que o apoio da UE e dos EUA possa diminuir. A Euronews falou com alguns habitantes de Irpin e Bucha, que contaram como a guerra dividiu famílias.

PUBLICIDADE

A propaganda russa e questões de política interna nos países ocidentais poderão ter impacto na determinação em manter ajuda financeira  e militar à Ucrânia quando a linha da frente se mantém inalterada há meses.

A Euronews visitou as cidades de Irpin e Bucha, que sofrem alguns dos ataques mais brutais do exército russo, e a população mantém a confiança de que se pode ganhar a guerra. Lamentam que a invasão russa tenha não só destruído o país e causado muitas mortes, mas também cortado os laços entre muitas famílias.

"Não pensámos que a Rússia pudesse invadir-nos. Porque muitos dos meus familiares vivem na Rússia, a tia do meu marido e os seus filhos vivem na Rússia. E agora não falamos com eles, não comunicamos, porque não acreditam em nós quando dizemos que estamos a ser bombardeados e que lutamos pela nossa liberdade", contou Yuliia Kanivska.

"O meu marido enviou-lhes algumas fotografias de casas destruídas dizendo que 'esta é a nossa vida'. E eles responderam: 'Oh, não é assim tão perigoso, está tudo bem'", acrescentou.

O meu pai acha que a Ucrânia tem muitos nazis e que Putin está a fazer bem em ocupar a Ucrânia. Não temos qualquer conversa desde 2017 e agora é impossível.
Dimitry Mikoliuk
Médico de combate, Ucrânia

Questionada sobre se acredita no apoio ocidental a longo prazo, Yuliia Kanivska disse que espera que se mantenha porque "lutamos não só pela nossa liberdade, mas pela liberdade de todo o mundo".

Dimitry Mikoliuk, que é de Donetsk, e médico de combate também viu os laços cortados com o pai, que vive na Rússia. "O meu pai acha que a Ucrânia tem muitos nazis e que Putin está a fazer bem em ocupar a Ucrânia. Não temos qualquer conversa desde 2017 e agora é impossível", contou.

"O meu pai pintou uma letra "Z" no seu carro. É isso que ele pensa sobre esta guerra, ele está a apoiar a Rússia. Mas todo o nosso território tem de nos ser devolvido. A Crimeia, o Donbass, tudo. E depois podemos parar esta guerra", referiu.

O médico acrescentou que a guerra pode ser vganha pela Ucrânia desde que se mantenha o apoio dos aliados: "Acho que é possível, mas precisamos de mais armas, precisamos de mais veículos blindados, e depois podemos recuperar a nossa Crimeia".

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Russo que enfrenta deportação da Suécia receia ser chamado para a guerra

Zelenskyy agradece voto favorável do Senado para desbloquear ajuda à Ucrânia

Von der Leyen faz aviso após detenções em protestos na Geórgia: "Povo georgiano quer futuro europeu"