Os cidadãos sérvios que residem no Kosovo acreditam que a ponte sobre o rio Ibar os protegeu de uma limpeza étnica. A ponte divide as pessoas que falam sérvio das que falam albanês.
A etnia sérvia do norte do Kosovo protestou, esta quarta-feira, contra a abertura da ponte sobre o rio Ibar. Esta é a principal ponte de Mitrovica e divide a a cidade entre o sul, de maioria albanesa, e o norte, de maioria sérvia.
Os manifestantes, que defendem que a ponte sobre o rio Ibar os protegeu de uma limpeza étnica, traziam consigo cartazes onde se podia ler: "Na ponte defendemos a sobrevivência, agora defendemos a extinção" e "Enquanto a UE e os EUA escrevem declarações, estão a expulsar-nos".
O primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, informou os diplomatas ocidentais, na semana passada, sobre os seus planos de abrir a ponte ao tráfego, uma medida à qual se opuseram a NATO e os países Quint, compostos pelos Estados Unidos, França, Alemanha, Itália e Grã-Bretanha.
"A ponte deve ser aberta. Está ao serviço de todos e não é contra ninguém. A liberdade de circulação e o Estado de direito não põem em perigo a paz e a segurança, antes pelo contrário", declarou o gabinete de Kurti, na sequência de uma reunião com diplomatas estrangeiros no Kosovo.
A ponte sobre o rio Ibar na cidade de Mitrovica é o símbolo mais marcante das divisões entre a etnia sérvia e a etnia albanesa no Kosovo. Enquanto a norte, as pessoas falam sérvio e moeda são os dinares sérvios, a sul os habitantes falam albanês e usam euros.
A decisão de abrir a ponte sobre o rio Ibar a veículos, que até então só é possível fazer a pé, foi anunciada no ano passado pela assembleia municipal de Mitrovica.