Aleksandar Vucic anunciou acordo com Macron para renovar a frota durante uma conferência de imprensa conjunta com o presidente francês.
O presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, anunciou esta quinta-feira um acordo no valor de 2,7 mil milhões de euros para a compra de 12 aviões de guerra franceses, medida que procura reduzir a dependência sérvia do armamento russo.
Vucic anunciou a compra dos caças franceses Rafale durante uma conferência de imprensa conjunta, em Belgrado, com o presidente francês Emmanuel Macron, que chegou esta quinta-feira à Sérvia para uma visita de dois dias.
Macron classificou o acordo como "histórico e importante" e elogiou a "coragem estratégica" da Sérvia."É uma verdadeira demonstração do espírito europeu", frisou o presidente francês.
Fonte do gabinete de Macron revelou que o acordo relativo aos aviões de guerra faz parte de uma estratégia mais alargada de "aproximar a Sérvia da UE".
A Sérvia precisa de atualizar a sua frota e o Rafale é uma "escolha estratégica" para Belgrado, que poderia optar por confiar apenas no equipamento russo, sublinhou a mesma fonte.
Belgrado estava a ponderar a compra dos caças Rafale há mais de dois anos, desde que a vizinha Croácia comprou 12 caças usados do mesmo tipo por cerca de mil milhões de euros.
A aquisição permite à Sérvia modernizar a sua força aérea, que é constituída principalmente por caças MiG-29 de fabrico soviético e por aviões de combate jugoslavos envelhecidos.
Cortar a dependência russa
A Rússia tem sido um fornecedor tradicional de aviões militares, incluindo helicópteros de combate, para a Sérvia, que se recusou a aderir às sanções internacionais contra Moscovo pela invasão da Ucrânia.
A venda de Rafales à Sérvia, aliada da Rússia, que tem ocasionalmente manifestado uma posição agressiva em relação aos vizinhos dos Balcãs, levantou algumas preocupações, nomeadamente a forma como a França planeia impedir que a tecnologia sofisticada do Rafale seja partilhada com a Rússia.
Sobre a existência de uma cláusula que restrinja a utilização dos Rafales, o gabinete de Macron afirmou apenas que "em qualquer contrato existem cláusulas que estabelecem um quadro para a utilização desse material".
A Sérvia está formalmente a tentar aderir à União Europeia mas, sob o governo cada vez mais autocrático de Vucic, tem feito poucos progressos nos domínios do Estado de direito e das reformas democráticas, que são as principais condições para a adesão ao bloco dos 27.