Esta semana, em debate os efeitos e as causas da escalada do conflito entre Israel e o Irão. E ainda China / UE e a proposta de Macron de proibir redes sociais ate aos 15 anos.
A subida da cotação do petróleo e a oscilação das bolsas e dos valores dos transportes em torno dos países do Médio Oriente vão ser sentidas pelos consumidores em breve, alerta Gonçalo Lobo Xavier, membro do Comité Económico e Social Europeu: “Se este conflito escalar, terá grande impacto económico a nível mundial e da Europa. O risco de uma guerra e de variações no mercado petrolífero e de segurança de transportes essenciais tem impacto em toda a cadeia de valor. Se tem impacto nas percepções das pessoas, tem impacto no mercado financeiro e na economia em geral. E quem sofre com isso são os consumidores, sobretudo as pessoas dos países vizinhos mais expostos”
Marta Mucznik, investigadora do International Crisis Group, recorda que “esta questão do nuclear já vem de há algumas décadas. Um dos grandes objetivos geopolíticos do estado de Israel é impedir que o Irão consiga desenvolver a arma nuclear. E também um objectivo dos EUA, partilhado com muitos países da UE. O supremo líder do Irão tem um objectivo que é a erradicação do estado de Israel, com uma retórica genocida.”
Para esta especialista em política internacional, baseada em Bruxelas, “há também a questão do Irão ser signatário do tratado de não-proliferação de armas nucleares e Israel não faz parte. (...) Israel tem uma espécie de ameaça existencial perante o Irão e outros países da região.”
António Buscardini, presidente do Press Club Brussels Europe, lembra que “a História está a repetir-se. Se recordarmos o que foi feito em 2003, na suspeita de que o Iraque teria armamento nuclear, houve uma declaração de guerra por parte dos EUA, com o apoio de alguns líderes europeus."
E avisa: na próxima semana, vamos ter um conselho europeu importante e os MNE vão tomar uma decisão de condenar este ataque de Israel ou assumir que há legitimidade de ataque preventivo de Israel. No G7, houve um ensaio. Ursula von der Leyen afirmou que a diplomacia europeia terá de agir, mas há várias vozes na UE e é preciso uma voz única.”
Também em debate, esta semana, a antevisão dos principais temas da cimeira entre a UE e a China, em julho, e ainda a proposta de Emmanuel Macron de proibir o uso de redes sociais aos jovens até aos 15 anos.