Em causa está a oposição da Hungria. Entretanto, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, prometeu apoiar a Ucrânia na tentativa de aderir ao bloco.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, disse que Kiev vai fazer "tudo" para que as negociações de adesão à União Europeia avancem.
"Ninguém pode parar a Ucrânia. É uma questão de unidade. Da nossa parte, vamos fazer tudo. Precisamos do apoio de todos os outros líderes", disse, durante a cerimónia de abertura da Presidência dinamarquesa da União Europeia, em Aarhus.
Zelenskyy discursou ao lado da primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, do presidente do Conselho Europeu, António Costa, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Frederiksen comprometeu-se a apoiar o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia.
A Dinamarca pretende utilizar a presidência do Conselho da União Europeia para exercer "a máxima pressão" sobre a Hungria para que esta levante o veto às negociações de adesão da Ucrânia ao bloco.
"A Ucrânia pertence à família europeia e à NATO", disse Frederiksen, acrescentando que a Dinamarca está a pensar na "melhor forma de avançar", sem dar mais pormenores.
A decisão surge numa altura em que a Rússia continua a intensificar os ataques contra a Ucrânia e os Estados Unidos decidiram suspender o envio de alguns mísseis e armas de defesa aérea prometidos a Kiev.
Quando questionado sobre a interrupção da assistência militar, Zelenskyy disse que vai falar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em breve. Mas não entrou em mais pormenores.
O presidente ucraniano também voltou a apelar à União Europeia para investir mais na indústria de defesa de Kiev.
Frederiksen, por sua vez, disse esperar que o apoio militar dos Estados Unidos continue, mas comprometeu-se a colmatar eventuais lacunas, se necessário.
A primeira-ministra dinamarquesa, que também participou numa conferência de imprensa com von der Leyen, sublinhou a necessidade de uma mudança de mentalidade.
"Quando estamos a entregar armas à Ucrânia, em vez de pensar que é uma doação, temos de ver isso como uma parte do nosso rearmamento", disse Frederiksen.
"Porque, neste momento, é o exército da Ucrânia que está a proteger a Europa", acrescentou.
Von der Leyen disse que "existem possibilidades financeiras para apoiar diretamente a Ucrânia", incentivando os Estados-membros a recorrerem à Ação de Segurança para a Europa (SAFE, na sigla em inglês), um instrumento financeiro de 150 mil milhões de euros, introduzido no final de maio, para apoiar investimentos na defesa.
"Os Estados-membros podem pegar neste dinheiro, comprar equipamento militar e dá-lo à Ucrânia. Ou então podem pegar neste dinheiro e investi-lo na indústria de defesa ucraniana, o que seria extremamente eficiente", afirmou von der Leyen.