O telefonema acontece um dia depois de Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, terem discutido a Ucrânia, o Irão e outras questões, numa conversa que o Kremlin descreveu como "franca e construtiva".
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, falou esta sexta-feira com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no que o líder ucraniano disse ter sido um telefonema "muito importante e frutífero".
"Hoje discutimos a situação atual, incluindo os ataques aéreos russos e os desenvolvimentos mais amplos na linha da frente", escreveu Zelenskyy numa publicação no X.
"O presidente Trump está muito bem informado e agradeço-lhe a atenção para com a Ucrânia. Falámos sobre oportunidades na defesa aérea e concordámos em trabalhar em conjunto para reforçar a proteção dos nossos céus. Também concordámos em realizar uma reunião entre as nossas equipas".
Acrescentou que também debateram em pormenor as perspetivas de produção conjunta de defesa.
"Nós, na Ucrânia, estamos gratos por todo o apoio prestado. Ajuda-nos a proteger vidas, a salvaguardar a nossa liberdade e independência".
"Conseguimos muito em conjunto com os Estados Unidos e apoiamos todos os esforços para pôr termo às mortes e restabelecer uma paz justa, duradoura e digna. É necessário um acordo nobre para a paz", sublinhou Zelenskyy.
O líder ucraniano disse ainda que discutiram a possibilidade de produção conjunta de defesa, compras mútuas e investimentos.
Nem a Casa Branca nem o próprio Trump se pronunciaram sobre o telefonema.
Trump fala com Putin
Esta conversa acontece um dia depois de Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, terem discutido a Ucrânia, o Irão e outras questões, numa chamada que o Kremlin descreveu como "franca e construtiva".
Foi a sexta conversa divulgada publicamente, desde que Trump regressou à Casa Branca.
Em relação à guerra na Ucrânia, o conselheiro de Putin para os assuntos externos, Yuri Ushakov, disse que Trump enfatizou a vontade de pôr rapidamente fim aos combates. Putin manifestou a disposição de Moscovo em continuar as conversações com Kiev, referindo que as anteriores rondas na Turquia produziram resultados no campo humanitário.
Ao mesmo tempo, o líder russo disse que Moscovo vai procurar atingir os objetivos na Ucrânia, eliminando as "causas profundas" do conflito.
"A Rússia não vai recuar em relação a estes objetivos", disse Ushakov aos jornalistas, após o telefonema.
Também na quinta-feira, Trump queixou-se de que os Estados Unidos forneceram demasiadas armas à Ucrânia sob a administração anterior, nos primeiros comentários públicos sobre na interrupção da entrega de algumas remessas enquanto a Rússia continua a atacar a Ucrânia.
Na terça-feira, os Estados Unidos disseram que iam suspender o envio de alguns mísseis de defesa aérea e outras armas anteriormente prometidas a Kiev, devido à preocupação de diminuição dos stocks norte-americanos, de acordo com as autoridades.
Certas munições foram anteriormente prometidas à Ucrânia, durante a administração Biden, para apoiar a defesa do país. No entanto, a nova administração parece ter revisto algumas dessas decisões devido a preocupações com os interesses dos Estados Unidos.
"Esta decisão foi tomada para colocar os interesses da América em primeiro lugar, na sequência de uma revisão do apoio militar da nossa nação e da assistência a outros países em todo o mundo", disse a porta-voz da Casa Branca, Anna Kelly, num comunicado.