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Não, Mark Rutte não disse que a Ucrânia é um "território americano"

O Presidente Donald Trump, à direita, fala com o Secretário-Geral da NATO, Mark Rutte, durante uma fotografia de grupo dos Chefes de Estado e de Governo da NATO na Cimeira da NATO em Haia
O Presidente Donald Trump, à direita, fala com o Secretário-Geral da NATO, Mark Rutte, durante uma fotografia de grupo dos Chefes de Estado e de Governo da NATO na Cimeira da NATO em Haia Direitos de autor  Geert Vanden Wijngaert/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Geert Vanden Wijngaert/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
De Mared Gwyn Jones
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A desinformação russa cita, de forma errada, o secretário-geral da NATO, como tendo dito que a Ucrânia pertencia aos Estados Unidos.

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Um vídeo que circula na Internet alega, falsamente, mostrar o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a descrever a Ucrânia como um território dos EUA durante a recente cimeira da Aliança em Haia.

O vídeo, no qual Rutte fala em inglês, foi legendado em russo, citando falsamente Rutte como tendo afirmado que a Aliança da NATO deve garantir que "Vladimir Vladimirovich Putin nunca, mas nunca mais, tentará retirar um único quilómetro quadrado de território ucraniano aos americanos."

A Euroverify detetou o vídeo a circular amplamente no Facebook, Instagram, Telegram TikTok e X, com legendas em búlgaro, inglês, holandês e alemão.

Mas um olhar mais atento ao vídeo original mostra, claramente, que se trata de desinformação.

De facto, Rutte diz que a Aliança tem de garantir que "Vladimir Vladimirovich Putin nunca mais tentará capturar um quilómetro quadrado - ou, para os americanos, uma milha quadrada - do território ucraniano."

Por outras palavras, menciona "os americanos" apenas em referência ao sistema imperial de medidas habitualmente utilizado nos Estados Unidos.

Em nenhum momento da entrevista descreve a Ucrânia como território americano ou controlado pelos americanos.

O vídeo que circula foi cortado e legendado de forma enganosa para deturpar a intervenção de Rutte, que ocorreu durante uma entrevista com o CEO da Conferência de Segurança de Munique, Benedikt Franke, no primeiro dia da cimeira da NATO, que decorreu de 24 e 25 de junho, em Haia.

Desinformação com origem no Telegram

A Euroverify detetou as primeiras ocorrências destas falsas alegações em contas pró-russas no Telegram, a aplicação de mensagens fundada por Pavel Durov, nascido na Rússia.

Algumas das mensagens incluem o vídeo mal legendado e mal cortado, enquanto outras limitam-se a transmitir a falsa citação.

As publicações foram vistas milhões de vezes, segundo as nossas estimativas e uma das publicaçoes alega que Rutte chamou à Ucrânia "terra americana."

O vídeo manipulado foi depois amplificado noutras redes sociais como Facebook, Instagram, TikTok e X, sobretudo em russo, mas também em búlgaro, inglês, holandês e alemão.

Está a circular nas redes sociais um vídeo de Mark Rutte com citações erradas
Está a circular nas redes sociais um vídeo de Mark Rutte com citações erradas Euronews 2025

Foi também publicado pelo jornal diário Moskovskij Komsomolets, com sede em Moscovo, um órgão controlado pelo Estado.

Parte do manual de desinformação pró-russa

Esta técnica é característica dos atores da desinformação pró-russa que frequentemente retiram do contexto as intervenções dos líderes ocidentais para semear a desconfiança.

Estas falsas declarações têm frequentemente origem em contas de Telegram pró-Moscovo e depois espalham-se por outras plataformas sociais mais utilizadas.

Neste caso, o vídeo manipulado visa claramente corroborar uma das justificações dadas por Putin para invadir a Ucrânia, nomeadamente que a Ucrânia não é neutra e que a NATO e os EUA estão a tentar entrar no seu território.

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