Os comentários do líder ucraniano Volodymyr Zelenskyy surgem depois de um ataque russo com mísseis e drones a Kiev, durante a noite, ter feito seis mortos e mais de 50 feridos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, apelou ao confisco dos bens russos e afirmou que os dirigentes de Moscovo estão "mentalmente presos noutro século", enquanto funcionários e políticos se reuniam na capital finlandesa para a conferência Helsínquia+50.
Moscovo continua a viver numa época de "violência brutal, desrespeito pelos direitos humanos e pela igualdade", disse Zelenskyy.
Sabemos que estas ideias e estes tempos nunca mais devem regressar à Europa", afirmou Zelenskyy, através de uma ligação de vídeo, durante a reunião que assinalou o 50º aniversário dos Acordos de Helsínquia.
Os Acordos de Helsínquia, assinados em 1975, são um conjunto de acordos centrados nos princípios da cooperação internacional, do respeito pela soberania e da não ingerência nos assuntos internos.
Os acordos - assinados entre 35 países, incluindo os EUA e a União Soviética, durante a Guerra Fria - lançaram as bases para a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
"É tempo de confiscar os bens russos, não apenas de os congelar, mas de os confiscar e de os utilizar ao serviço da paz e não da guerra", afirmou o líder ucraniano.
Os seus comentários surgem um dia depois de um grande ataque noturno de mísseis e drones russos à capital ucraniana, Kiev, ter matado seis pessoas, incluindo um rapaz de seis anos, e ferido pelo menos 52.
Alexander Stubb, homólogo finlandês de Zelenskyy, apelou aos países europeus para que escolham entre "esferas de interesse e o uso da força, ou a soberania dos Estados e regras e princípios comuns".
Stubb referiu-se ao legado do acordo de Helsínquia: "Embora o mundo tenha mudado significativamente em 50 anos, as mesmas regras continuam a aplicar-se à interação humana básica".
E acrescentou: "As melhores soluções podem ser encontradas através do diálogo e da escuta mútua".
Durante o seu discurso, Zelenskyy agradeceu ao presidente dos EUA, Donald Trump, pelos seus esforços para mediar um acordo de cessar-fogo.
"O presidente Trump está verdadeiramente interessado em acabar com a guerra e temos de fazer tudo o que pudermos para garantir que os Estados Unidos e a Europa atuem em conjunto pela segurança", disse o líder ucraniano.
Na terça-feira, Trump expressou frustração com o fracasso do presidente russo Vladimir Putin em chegar a um acordo sobre uma trégua. Anunciou que iria reduzir o prazo de 50 dias que tinha estabelecido anteriormente para Moscovo concordar com a paz na Ucrânia para um novo limite de 10 a 12 dias.